Vou esperando que esta árvore morra
Para eu poder nascer outra vez.
Ou, pelo menos, nascer num universo de Tom
Onde ela cresça, enfim, sem humanamargura
Inventar um verso cósmico
Ao sorriso delirante desta formiga.
Mas não me quero humano agora
Não somos filhos legítimos desta Terra.
Onde sorris hoje?
Onde a Lesma deixou o rasto?
Quero encontrar-te de novo amigo.
Acho que te posso chamar - amigo!
Afectuoso ser onde me entendo.
Queria numa ligação dessas de rede,
Dessas que a aranha tece,
Perfurar a grandeza de um solo Africano
E tornar a tua língua - a Lisbuanda.
Porque vejo cidades em tudo
O que escreves. . .
Cidades revestidas da Lua – boa.
Nem vou à caça na mais que altiva das noites
Porque me ensinaste, que eles devem reservar sempre
Cores para um futuro obscuro.E seria obsceno eu recriar um lugar de ti
Por mais que me encontre, em tudo o que semeias.
É bom saber do teu gosto pela palavra antigamente.
E ainda mais, saber por ti a nova margem da palavra
A tal domesticada por Guimarães Rosa.
Existe um concentrado de ti no meu mundo
E é por isso…bom de dizer – Ramela.
Mas intimida-me ler-te!
Intimida a raiz do teu lugar.
Onde a poesia se dá às avessas
Onde só o certo parece ter lugar.
Não que a procures…
Mas porque a vejo polida em pedra
Onde habitam Joões…e a tua infância.
E a Rosa dá lugar ao Neto
Para ver crescer o novo.
Mas é também perdida de lógicas…
Onde Drummondeias a Biologia da palavra.
E o que é isso de Miar à Couto?
Sou Sonâmbulo na tua Terra
E contribuo para a indefinição de Ondjakem
Mas deveríamos, todos,
Beber nele um bocadinho.
Onde celebramos o encontro
De musica e poesia.
Onde me encontro na árvore,
Onde sou até Gambuzino.
E nem que os miúdos me encontrem
Vou celebrar para sempre esta toada…
Como querer Onjakear o que há de bom!*
Rodrigo Camelo.
5 de Maio de 2009
* Citação de Djavan na letra (Sina)«Como querer Caetanear o que há de bom»
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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