quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Canto do Corpo

Os meus olhos filtram a realidade
E o que de real em mim vê,
Conduz a luz do entendimento.
Aqui estamos sós de verdade,
Eu e tu – meu pensamento.

E penso nesse outro sol de um Blues
Onde arde, provavelmente, meu sentimento
Em sua própria diversidade…
Antigos ou novos. Destila uma canção emocionada
Ou vejo isto, ou reina ingenuidade!

O mundo não te completa
Mas também não concluo o mundo
Nem sou acaso de complemento.
Mais que a dor, vejo a alegria selecta;
Que destrói o arco de onde brota o sofrimento.

Quero embriagar-me em London,
Preservar-me em Whitman,
Dentro da alma de um “Canto de mim
O mesmo que vive no corpo que sobra
E sóbrio no ventre que Mira o fim.

Rodrigo Camelo
Tavira, 2009.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sean Penn - O Maior do seu tempo.


Se houvesse algum tipo de “justiça” na cerimónia de entrega dos Óscares, o mais provável seria ver, na noite de domingo para segunda, Sean Penn ganhar o segundo Óscar pela sua magnífica interpretação em “Milk”. E ver, como que a academia reconhecer Sean Penn como o maior actor do seu tempo. Bem sei que não nos podemos esquecer os Day Lewis, Downey Júnior, entre tantos outros… Mas haverá outro actor-poeta como Sean?
Lembrando até, o que está na génese do genial método do seu amigo e já desaparecido -Brando.
No entanto e com tantos ódios de estimação, semeados ao longo de anos e anos, é natural que vejamos o renascido (das cinzas) Mickey Rourke, num dos papeis do ano, ou até mesmo Frank Langella por “Nixon”, serem galardoados em vez de Penn. Nada que o chateie, devo acrescentar.

Poucos deverão fazer frente a Danny Boyle como Melhor Realizador, que com o seu “Quem quer ser bilionário” também deverá arrebatar o Óscar para Melhor Filme.
Se isto não fosse tudo tão previsível, até teria alguma graça. E já que falamos em previsibilidade, já agora, que não deixem de reconhecer Kate Winslet como a actriz mais talentosa da sua geração. Pelo menos de língua Inglesa.
Façam as vossas apostas.

Tiago Pereira da Silva

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Old Dirt Hill (Bring that beat back) - High Music Fest


Prólogo Inicial: Já ouvi, não sei bem onde, que a verdadeira música é que nos escolhe e não o contrário.

E invariavelmente quando sou “apanhado” desprevenido por uma música como a que vos apresento neste post, penso forçosamente nesta “regra”.

Existem várias maneiras de olhar para a Dave Matthews Band, mas os que como eu, se encontrarão no grupo dos que acham que eles deram de certa forma continuidade ao legado deixado pela E-Street Band e Bruce Springsteen, e que no panorama actual desta indústria musical teremos muito poucos exemplos de bandas no velho sentido do termo, mas que a DMB se encarregou de reviver e até criar algo novo; poderão estar em sintonia comigo na seguinte observação: Não basta ouvir uma música da Dave Matthews Band, é necessário ouvir a versão “certa”, talvez aquela em que a música se tenha revelado por inteiro.

Quando Dave, Carter, Tinsley, Stefan e (tragicamente o já falecido) Leroi se reuniam em palco, a circunstancia poderia ditar o surgimento de algo único.
Se não vejamos, até os concertos mais emblemáticos da DMB, pelo menos os editados em CD ou DVD, trazem sempre qualquer coisa de singular.
Em «Live in Chicago» somos maravilhados com uma pérola chamada “The Maker”; «Listener Supported» o melodramático “Long Black Veil”; «At the Gorge» uma cintilante versão da música “Loving Wings” a melhor que alguma vez ouvi; e, porque não - no inicial «Live at Red Rocks” que parecia anunciar a originalidade que a DMB viria apresentar ao vivo, na própria escolha dos locais para concertos, como na relação com o seu publico, uma auspiciosa nova forma de olhar para “Proudest Monkey”.

I Acto
São duas da manhã e sem sono vou buscar à mesa-de-cabeceira o meu MP3, que havia sido preenchido nessa tarde com álbuns novos da DMB ao vivo, ainda por descobrir (…)
E quando jurava estar capaz de adormecer, eis que surge
:
(…) Sonho ou realidade ?

O som do público anuncia a aproximação de Dave Matthews ao Microfone, e, com um simples: Let´s take a little Breath…Já ao som da sua guitarra acústica. E entre acordes que parecem anunciar a canção, ouve-se da audiência completamente eufórica um: I Love you Tim (Reynolds naturalmente), um outro parecendo já desafiado por um qualquer companheiro de viagem: “I love you Dave”, ao que uma fã remata a questão, “três tons” acima de qualquer rival “I Love you Allllll”. E às primeiras palavras tudo ganha uma nova expressão quando Stefan anuncia a voz de Dave com a simples fórmula de seu baixo. Na sua voz rouca e seca do início, denotamos um sofrimento mais característico do Blues. Nunca vi tanto Cash em Dave.

Agora e mais desperto do que um touro antes de "galgar" para a arena, interrogo-me mas que musica é esta???

Do canal esquerdo dos auriculares já oiço o dedilhar do violino de Boyd (aliás como gosto mais de o ouvir), como se de um cavaquinho se tratasse. Tim e Carter parecem juntar à batida uma continuidade de Ravel, de instrumento a instrumento, a musica vai ganhando forma, e,
Como estes senhores sabem explorar este território musical.

Todos os sopros, ruídos e tossires são som ao microfone, como detalhes “musicais” para acrescentar uma emoção ao espectador.
Tim Reynolds um monstro na guitarra, brincando com harmónicos e amplificando o volume bem ao estilo de um Jeff Beck, que aliás atrevo-me a dizer, deve ser a sua principal referencia na guitarra.

Muitas bandas continuam a tentar fazer melhor. Tantas vezes copiado o seu estilo, mas nunca igualado. Isto é expressão de como uma música é trabalhada como um todo.
Estarei de novo acordado!
Pois… acho que vou na sexta audição seguida.

Boa noite e até Junho. ;)

Por: Tiago Pereira da Silva

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Some Devil


One last kiss one only
Then I'll let you go
Hard for you I've fallen
But you can't break my fall
I'm broken don't break me
When I hit the ground

Some devil some angel
Has got me to the bones
You said always and forever
Now I believe you baby
You said always and forever
Is such a long and lonely time

Too drunk and still drinking
It's just the way I feel
It's alright
Is what you told me
Cause what we had was so beautiful
Feel heavy like floating
At the bottom of the sea

You said always and forever
Now I believe you baby
You said always and forever
Is such a long and lonely time

Some devil is stuck inside of me
Why can't I set it free
I wish, I wish I was dead and you were breathing
Just so that you could know
Some angel is stuck inside of me
But can I set you free?

You said always and forever
Now I believe you baby
You said always and forever
Such a long and lonely time

Stuck inside of me


Dave Matthews

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Caetano e a Banda Cê tocam "Incompatibilidade de Génios"


Ás vezes penso, que por mais voltas que dê o meu entendimento musical, volto sempre a beber da fonte de um músico popular brasileiro chamado Caetano Veloso.

A génese começou no Rock e por mais que possamos ouvir coisas como os Beatles e os Stones, que são incomparáveis em todos os tempos, a verdade é que sinto um vislumbre deste som na música de Caetano. Também não é para menos. De todos os autores brasileiros incluindo Gilberto Gil, nenhum outro (em meu entender) conseguiu reproduzir, com resultados tão bons o som de toda uma geração. Excepção feita aos “Mutantes” de Rita Lee que deveriam justamente ser considerados uma das grandes bandas do seu tempo, em todas as línguas. Só que por mais que fosse maioritariamente anglo-saxonicos o seu universo inspirador, a verdade é que não eram ingleses nem americanos. Por isso, para o comum dos mortais anglo-ingleses ou anglo-americanos os “Mutantes” são um grupo totalmente desconhecido.

O Blues continua a ter em mim um efeito difícil de explicar…sendo talvez o género musical que mais me consegue emocionar para além da musica clássica. O Jazz é obrigatório. Ou não fosse ele também um grande disciplinador de ouvido. No melhor sentido do termo.

Sobre Caetano
Mas então que posso eu dizer, sem quebrar uma das principais marcas da sua personalidade musical e sua imensa capacidade de se reinventar, sem deixar de ser extremamente original.
Quando li o livro “autobiográfico” “Verdade Tropical” deparei-me, incrédulo, com uma quantidade impressionante de músicos que fizeram parte do seu imaginário musical. Inadvertidamente Caetano tinha-me aberto portas para explorar por exemplo aos 19 anos a musica de Chet Baker ou Cole Porter.
Ás vezes até pensamos num tipo de jogo de bonecas russas (Matrioskas), vamos abrindo (cada boneca) a inspiração da inspiração e chegamos sempre a qualquer coisa mais profunda, musicalmente mais sofisticada. A origem da origem.

Caríssimos leitores, as minhas desculpas pela dispersão e pouca objectividade deste texto. Na verdade queria-vos falar da sensacional versão de Caetano e a banda Cê do tema de João Bosco – “Incompatibilidade de Génios” ao vivo.
Sobre João Bosco teria muito pouco a dizer. Pouco, apenas e só porque é talvez para mim o mais importante fundador da sonoridade de um tipo de samba da MPB. Mais até do que qualquer um dos grandes ícones de sua geração. Como João Bosco há muito poucos músicos no mundo.

Mas voltando ao tema e à versão de Caetano, não sem antes referir que este tem uma forma muito própria de se apropriar de uma canção. É curioso, porque é talvez até quando Caetano está mais confortável em palco, quando interpreta uma música de outro autor, fazendo sobressair sempre aspectos que vê na canção, embora lhe parecessem ocultos. E exactamente por estarem ocultos, chega muitas vezes a um resultado absolutamente modificador do universo da canção. Um exemplo dessa sua condição natural de intérprete é “Cucurrucucu Paloma”. A versão de Caetano ao vivo no álbum Fina Estampa é arrepiante de tão bem conseguida. E se ouvirmos a música original mexicana, nem acreditamos tratar-se do mesmo tema.

Em “incompatibilidade de Génios” Caetano homenageia o que segundo ele é: Um acontecimento na historia do samba. Por um dos músicos, exactamente João Bosco, que será um dos melhores violões de sempre da historia do violão Brasileiro. Um título longo que parece explicar o que nem precisa de ser explicado pela letra de Aldir Blanc.
Mais um caso de como Caetano soube ler o talento da sua jovem banda. Que começo impetuoso.


Tiago Pereira da Silva
Youtube: Caetano e Banda Cê tocam "incompatibilidade de Génios"

Eles estão de volta... :)


Por altura do primeiro concerto Tiago Pereira da Silva escreveu:

Nós, os que estivemos presentes, mudámos todos um bocadinho…

Nada
No palco não havia nada, nenhum elemento da Dave Matthews Band que não espelhasse a mais que perfeita emoção da plateia. Nada que pudesse prever!
Mas a determinada altura da noite… nada que pudesse alterar o sentido daquele acontecimento. Não que o público não conhecesse já o vastíssimo leque de surpreendentes artimanhas musicais de Dave Matthews e seus pares, mas até este se mostrou atónito, com uma recepção tão eufórica, de um público que em nada desiludiu e em tudo superou os mais cépticos à partida. Confesso que fui um deles.

O extensíssimo vazio na parte norte das bancadas com a primeira entrada de Dave Matthews em palco, para apresentar Nightwatchman nome artístico do ex-guitarrista dos Rage Against the Machine, fazia antever uma recepção vergonhosa (em termos de numero) para aquela que é, muito provavelmente, uma das maiores bandas ao vivo da actualidade e considerando vários géneros musicais. Porque se existe uma banda que verdadeiramente poderá se designar: banda de palco, esse honroso título pertencer-lhes-á sem muita cerimónia. É que é de facto ali, o seu terreno privilegiado de criação.
Como os Beatles precisavam do estúdio, a Dave Matthews Band precisa do palco. E perdoem-me mais esta analogia. Ali, dão lugar ao seu mais que criativo legado de solos e improvisos “quase preparados”, em que cada músico parece desafiar os colegas, para além da enorme incitação ao auto-desafio. A alegria, atrevimento, cumplicidade transborda nos olhares sagrados, que vão-se revelando ao longo de mais de 3 horas de concerto, de uns para os outros, e, dos elementos da banda para o público. Aliás, a forma de estar em palco de Dave Matthews como Frontman é, acredito eu, única no mundo musical de hoje. Ele não é igual a ninguém, e dos muitos heróis do rock que o inspiraram a ser músico, não vejo parecenças com nenhum deles… qualquer coisa de Cash, de Dylan, de Lennon no auto-humor instalado..

Dave Matthews é “irresistível” em palco, ninguém lhe é indiferente e a sua inteligência e simplicidade transborda e transbordou num apogeu a solo chamado “Sister” canção de homenagem a sua irmã assassinada em Joanesburgo – África do Sul.
Ouvi naquele concerto, algumas das melhores versões de algumas musicas da Dave Matthews Band. E isto é dizer muito. “Jimi Thing” nunca foi tão arrebatadoramente alegre.
A banda deliciou os fãs do primeiro ao último minuto do 2º encore. Como os grandes heróis do passado, tratou-se de um concerto extenso, mas não de mais, tipo “old fashion way”. E a raríssima presença de 2 encores da banda, durante as digressões da mesma pelos EUA transmite um pouco a ideia da emoção e impressão com que os elementos da Dave Matthews Band saíram do nosso país.

Ignorados à Partida...
Não vi um único cartaz a publicitar a banda nos meses que antecederam o concerto. Se quiser ser muito rigoroso e, não sendo um muito atento ouvinte de rádio, não me lembro de ouvir uma única música da Dave Matthews Band passar na rádio, excepção feita a “The Space Between” de que confesso também, não ser um especial fã. Não vi, nem ouvi no dia seguinte ao concerto, nas televisões, qualquer referência ao mesmo. Só li a crítica, diga-se em tom de partida - muito bem elaborada da jornalista do público que transcrevi na íntegra para os “fieis” seguidores deste blog.
Bom! e não é que não tenha tentado procurar. Se quiserem ter uma ideia de onde estou a querer chegar, vou estabelecer esta comparação inevitável: O destaque dado à imprensa à cantora Beyoncé que curiosamente tocou, também ela no Pavilhão Atlântico um dia antes da Dave Matthews Band. No dia a seguir ao concerto havia uma foto da cantora, em praticamente todos os diários do país fazendo naturalmente, referência ao “esmagador” sucesso do seu concerto (nada que este país não estivesse à espera). Bem, mas ainda voltando ao antes do concerto de ou da Beyoncé, esta, foi inclusive, entrevistada em directo e indirecto por dois canais de TV.

O momento

Sem querer parecer muito faccioso, eu diria apenas, que a versão de American Baby Intro do concerto de Lisboa é a mais bem conseguida de todas as edições de Live Trax, que tive a oportunidade de ouvir. Com Tom Morelllo a acompanhar na guitarra, esta autentica Jam session, bem ao jeito do que a Dave Matthews gosta de fazer no seu terreno privilegiado, o palco….
O desafio dos músicos em cena, a mestria de Cárter na Bateria, que dentro do género, creio ser único no mundo…mas se tiverem muitas dúvidas, oiçam!
Quem lá esteve, percebeu instintivamente que este momento ou, perdão, monumento musical, ia se tornando muito naturalmente o acontecimento daquele concerto inesquecível. Depois de toda a poesia em forma de grito de Dave, a banda entra em transe, aproximadamente nos cinco minutos, para mais cinco de criação colectiva onde poucas palavras podem transmitir o que se sente num momento daqueles. Maravilhosamente necessário!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Eclipse Oculto - Caetano Veloso

Nosso amor
Não deu certo
Gargalhadas e lágrimas
De perto
Fomos quase nada
Tipo de amor
Que não pode dar certo
Na luz da manhã
E desperdiçamos
Os blues do Djavan...

Demasiadas palavras
Fraco impulso de vida
Travada a mente na ideologia
E o corpo não agia
Como se o coração
Tivesse antes que optar
Entre o inseto e o inseticida...

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?

Como nunca se mostra
O outro lado da lua
Eu desejo viajar
Do outro lado da sua
Meu coração
Galinha de leão
Não quer mais
Amarrar frustação
O eclipse oculto
Na luz do verão...

Mas bem que nós
Fomos muito felizes
Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas
Até irmos pro estúdio
Mas na hora da cama
Nada pintou direito
É minha cara falar
Não sou proveito
Sou pura fama....

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?

Nada tem que dar certo
Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos
Aonde é que iam dar
E aquele projeto
Ainda estará no ar...

Não quero que você
Fique fera comigo
Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia
Como som de Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero
Sem tédio, sem fim...

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?

O Nosso Amor a Gente Inventa (Estória Romântica)



Cazuza

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver...

Não pode ver
Que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu...

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu...

O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa...

Te ver
Não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa...

Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica...

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu...

Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica...

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu...

O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa...