sábado, 14 de fevereiro de 2009

Old Dirt Hill (Bring that beat back) - High Music Fest


Prólogo Inicial: Já ouvi, não sei bem onde, que a verdadeira música é que nos escolhe e não o contrário.

E invariavelmente quando sou “apanhado” desprevenido por uma música como a que vos apresento neste post, penso forçosamente nesta “regra”.

Existem várias maneiras de olhar para a Dave Matthews Band, mas os que como eu, se encontrarão no grupo dos que acham que eles deram de certa forma continuidade ao legado deixado pela E-Street Band e Bruce Springsteen, e que no panorama actual desta indústria musical teremos muito poucos exemplos de bandas no velho sentido do termo, mas que a DMB se encarregou de reviver e até criar algo novo; poderão estar em sintonia comigo na seguinte observação: Não basta ouvir uma música da Dave Matthews Band, é necessário ouvir a versão “certa”, talvez aquela em que a música se tenha revelado por inteiro.

Quando Dave, Carter, Tinsley, Stefan e (tragicamente o já falecido) Leroi se reuniam em palco, a circunstancia poderia ditar o surgimento de algo único.
Se não vejamos, até os concertos mais emblemáticos da DMB, pelo menos os editados em CD ou DVD, trazem sempre qualquer coisa de singular.
Em «Live in Chicago» somos maravilhados com uma pérola chamada “The Maker”; «Listener Supported» o melodramático “Long Black Veil”; «At the Gorge» uma cintilante versão da música “Loving Wings” a melhor que alguma vez ouvi; e, porque não - no inicial «Live at Red Rocks” que parecia anunciar a originalidade que a DMB viria apresentar ao vivo, na própria escolha dos locais para concertos, como na relação com o seu publico, uma auspiciosa nova forma de olhar para “Proudest Monkey”.

I Acto
São duas da manhã e sem sono vou buscar à mesa-de-cabeceira o meu MP3, que havia sido preenchido nessa tarde com álbuns novos da DMB ao vivo, ainda por descobrir (…)
E quando jurava estar capaz de adormecer, eis que surge
:
(…) Sonho ou realidade ?

O som do público anuncia a aproximação de Dave Matthews ao Microfone, e, com um simples: Let´s take a little Breath…Já ao som da sua guitarra acústica. E entre acordes que parecem anunciar a canção, ouve-se da audiência completamente eufórica um: I Love you Tim (Reynolds naturalmente), um outro parecendo já desafiado por um qualquer companheiro de viagem: “I love you Dave”, ao que uma fã remata a questão, “três tons” acima de qualquer rival “I Love you Allllll”. E às primeiras palavras tudo ganha uma nova expressão quando Stefan anuncia a voz de Dave com a simples fórmula de seu baixo. Na sua voz rouca e seca do início, denotamos um sofrimento mais característico do Blues. Nunca vi tanto Cash em Dave.

Agora e mais desperto do que um touro antes de "galgar" para a arena, interrogo-me mas que musica é esta???

Do canal esquerdo dos auriculares já oiço o dedilhar do violino de Boyd (aliás como gosto mais de o ouvir), como se de um cavaquinho se tratasse. Tim e Carter parecem juntar à batida uma continuidade de Ravel, de instrumento a instrumento, a musica vai ganhando forma, e,
Como estes senhores sabem explorar este território musical.

Todos os sopros, ruídos e tossires são som ao microfone, como detalhes “musicais” para acrescentar uma emoção ao espectador.
Tim Reynolds um monstro na guitarra, brincando com harmónicos e amplificando o volume bem ao estilo de um Jeff Beck, que aliás atrevo-me a dizer, deve ser a sua principal referencia na guitarra.

Muitas bandas continuam a tentar fazer melhor. Tantas vezes copiado o seu estilo, mas nunca igualado. Isto é expressão de como uma música é trabalhada como um todo.
Estarei de novo acordado!
Pois… acho que vou na sexta audição seguida.

Boa noite e até Junho. ;)

Por: Tiago Pereira da Silva

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