segunda-feira, 30 de julho de 2007

A Casa de Areia


Ficha Técnica
Título Original: Casa de Areia

Direção: Andrucha Waddington
Roteiro: Elena Soárez, baseado em argumento de Elena Soárez, Luiz Carlos Barreto e Andrucha Waddington
Produção: Leonardo Monteiro de Barros, Pedro Guimarães, Pedro Buarque de Hollanda, Andrucha Waddington, Luiz Carlos Barreto, Lucy Barreto e Walter Salles
Música: Carlo Bartolini e João Barone
Fotografia: Ricardo Della Rosa


Sinopse

1910. O português Vasco (Ruy Guerra) leva sua esposa grávida Áurea (Fernanda Torres) e a mãe dela, Dona Maria (Fernanda Montenegro), em busca de um sonho: viver em terras prósperas, recentemente compradas por ele. O sonho se transforma em pesadelo quando, após uma longa e cansativa viagem junto a uma caravana, o trio descobre que as terras estão em um lugar totalmente inóspito, rodeado de areia por todos os lados e sem nenhum indício de civilização por perto. Áurea quer retornar ao lugar de onde vieram, mas Vasco insiste em ficar e constrói uma casa de madeira para que lá possam viver. Após serem abandonados pelos demais integrantes da caravana, um acidente mata Vasco e deixa Áurea e Dona Maria completamente sozinhas. Elas partem em busca de ajuda e terminam por encontrar Massu (Seu Jorge), um homem que nunca deixou o local. Massu passa a ajudá-las, levando comida e sal para que Áurea e Dona Maria possam sobreviver na casa recém-construída. Apesar da estabilidade, Áurea deseja deixar o local de qualquer maneira mas decide apenas fazer isto quando sua filha nascer e poder deixar o local com ela. Enquanto isso Áurea e Dona Maria precisam lidar também com a instabilidade do local em que vivem, já que a areia pode soterrar a casa em que vivem a qualquer momento.

"Uma obra-prima brilhante, profundamente comovente" - Ian Stuart Newsday

Muita atenção a esta obra da 7ª arte. De facto não sei se é para ficar triste ou satisfeito pelo cinema brasileiro ter filmes deste calibre. A compração com o nosso cinema é inevitável. Estamos a muitos anos de distancia deste tipo de resultado.
Mais uma vez Fernanda Montenegro é encantadora, comprovando de facto que é do melhor que existe no mundo em termos de representação feminina. Não chega ao tão bem conseguido resultado de Central do Brasil de Walter Salles, mas é sem dúvida de uma qualidade, perturbante. Sua filha, que aqui contracenam pela primeira vez juntas num filme, de facto, não só alimenta a herança genética (Fernanda Torres é filha de dois dos maiores actores de sempre do Brasil)como é actriz por direito próprio. A fotografia do filme é do outro mundo também.
Por: Tiago Pereira da Silva

Marisa Monte - Segue o Seco

Onde tem a Brisa tem Fonte: Onde tem Marisa tem Monte



Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão (EMI – 1994)

Por: Tiago Pereira da Silva
Ao terceiro disco, Marisa Monte encontra, definitivamente, o seu espaço e lugar cativo na lista das grandes figuras da música popular da América, a que chamamos portuguesa. Marisa chegou a considerar na época que: "Meu disco é o menos industrial e techno possível. Tem um som rústico, brasileirissímo...tudo dentro de um conceito musical mais denso, mais coeso, em relação aos meus trabalhos anteriores. Porque quanto mais brasileiro for, mais internacional ele vai ser", portanto, debruçando-se claramente sobre as suas raízes.
Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão (1994). É impossível resistir-lhe depois de uma cuidada audição. Eu próprio, que escrevo agora sobre ele, “ignorei-o” durante anos e anos a fio. Posso dizer que o ouvi, quase dez anos após o seu lançamento. É sinal, pelo menos para mim, de que resistiu, como clássico que deve ser considerado, ás irremediáveis vicissitudes do tempo. Aliás o tempo e a distância são, consideravelmente necessários, para avaliar com algum determinismo o tempo e lugar de um disco na história da música.
Logo aos primeiros acordes de “Maria de Verdade” - de Carlinhos Brown, percebemos estar na presença de algo diferente, embora familiar. O ecoar da sua voz (Marisa Monte) aos primeiros acordes, fazem desta música a parelha perfeita do universo iniciado (muito por força destas gravações) Marisa – Carlinhos. Destaque para o mais do que original “bolo alimentar percussionista”, de dois dos maiores expoentes brasileiros deste ofício, exactamente Carlinhos Brown e Marcos Suzano. A música que fez e que continua a fazer - Marisa de Verdade.
Em “Ao meu Redor” é por demais evidente a sua estilização poética no canto. E em “Segue o Seco”, definitivamente, uma de suas grandes obras, novamente a interpretação mais do que perfeita do universo baiano (sem h) de Carlinhos Brown. Aqui, tudo é incrivelmente doce, tudo é incrivelmente brasileiro. Desse Brasil inevitável e felizmente negro. Escusado será dizer que seus companheiros no “projecto” - Tribalistas, Carlinhos e Arnaldo Antunes vinham trabalhando nos discos de Marisa à anos a fio, pelo menos, desde o contemplado da crónica de hoje.
Tudo lhe sai bem em Verde, Anil , até a cover da música de Lou Reed, “Pale Blue Eyes”, aqui num arranjo completamente diferente do original, que lhe permite afirmar-se como cantora além fronteiras. Não é por acaso que Marisa Monte é a cantora Brasileira na actualidade, de maior sucesso nos EUA. “Em dezanove anos de carreira, Marisa vendeu mais de nove milhões de discos no Brasil e no exterior.
Marisa é considerada pela revista Rolling Stones Brasil, uma das mais notáveis revistas do mundo no segmento de música, como a maior cantora do Brasil, posto este antes ocupado por Elis Regina”.
Se existe recurso estético (presente neste disco) que ultrapassa grandemente a fronteira do tempo, essa é, seguramente, transparecida no tema – “Alta Noite” talvez o momento mais comovente do disco, em que Marisa canta as palavras de Arnaldo Antunes com a exactidão da métrica e musicalidade fonética roçando a melancolia, mas o controlo é sublime. “Munida” do consagradíssimo Nana Vasconcelos, percussionista brasileiro, respeitado no mundo todo, este tema é grandioso pela simplicidade de seu canto e pela ternura do abraço-voz-precursão. Para mim, sem precedentes. Estamos a falar de um altíssimo nível de exigência estilo e estética. Aqui a “parada” é alta mesmo e seu produtor Arto Lindsay, apercebendo-se do que tinha em mãos, poliu como quem resigna o corte de um diamante, com um monumental e irrepreensível arranjo de cordas.
Gilberto Gil e alguns dos músicos que trabalhavam com ele nessa época, também estão presentes no disco “Dança da Solidão” para só dar um exemplo. O som é por demais brasileiro. A qualidade é tão e somente evidente. E em “Bem Leve”, tema que poderia muito bem ter aberto o disco, Marisa Monte e seus pares demonstram mais uma vez, porque Verde, Anil deve constar definitivamente como um dos grandes clássicos de sempre da música brasileira. É que perdoem-me insistir neste ponto, e importa sublinhar que esta senhora já completou 40 anos de vida e o tempo só me trazem esta evidência. Quem souber de um disco feito e co-produzido no Brasil por um Brasileiro, nos anos 90, superior a Verde, Anil que atire a primeira pedra. Disse.

sábado, 28 de julho de 2007

Minha Estética Ousada...


Dorme, Dorme,
Minha estética cruzada
Minha técnica ousada,
Perdes os mil e um palavrões.
Tropeças em cada vão de escadas,
Em chão te escapas e,
Dormes, Dormes em vão,
Minha réplica pousada e,
Dormes e Dormes sem mãos.


Por: Tiago Pereira da Silva

Caetano Veloso - Muito (Dentro da Estrela Azulada), 1978.


Enterrado o machado do tropicalismo, exaltada a Bahia de “Atrás do Trio Eléctrico”, ultrapassada a depressão do exílio londrino, saudado o reggae em “Nine out of Ten”, redescoberta a infância em Araçá Azul (como um Meu pé de Laranja Lima filtrado por Godard), definida uma cristalina dimensão estética em Jóia, celebrados os Beatles na capa e temas de Qualquer Coisa, aceite a frivolidade de Doces Bárbaros, convocado o juju nigeriano para bicho, estreado o “O Leãozinho”, festejados Muitos Carnavais, enfim, parecia que tudo se alinhava para que a escrita de canções de Caetano Veloso – futuramente consagrada – pudesse fluir livremente sem constrangimentos históricos de estilo ou contudo. E era isso que o orientalista “Terra” sugeria com versos: “Quando eu me encontrava preso na cela de uma cadeia, foi que eu vi pela primeira vez as tais fotografias em que aparecesses inteira, porém lá não estavas nua mas sim coberta de nuvens” que evocavam um traumatizante momento de cativeiro para logo o reconverter numa declaração de amor ao planeta. Só que Muito, o primeiro disco com A Outra banda da Terra, foi arrasado pela crítica, a rádio não o passou e poucos o compraram. Ninguém queria um Caetano com o passado resolvido. O tempo tudo corrigiu e a pianíssima sofisticação que ensaiaria em Uns é já aqui reconhecida, bem como o hedonismo estival de Cinema Transcendental ou Cores Nomes. Depois, há funk, a guitarra de Sérgio Dias, o coro de “Muito Romântico”, as sombras de Jorge Bem e João Gilberto, e “Sampa”. E chega.
in: Blitz Aprova - Pop/Rock 1974-1979



Por: Tiago Pereira da Silva

Continuando no ano de 1978... Mas aqui, num lugar presente, de uma realidade musical que me é muito mais próxima, muito mais adorada, que até, convém admitir ás vezes, ultrapassa em termos de estética-estilo muito do que melhor se fez no mundo Anglo-Saxónico. Falo-vos claro, do riquissimo mundo musical do Brasil. E só para não repetir a incansável palavra, que teima em aparecer - Universo. Mas será sempre redutor.
Já alguém sugeriu que: "qualquer dia, este será um blog "só" sobre música. E porque não de música popular brasileira. Creio que não. Mas não deixo de perceber a fundamentação dessa análise.
Este é o disco de "Terra", de "Tempo de Estilo" (soberba canção - muito pouco conhecida), de "Sampa" e claro, de "Eu Sei que vou te amar", aqui na mais completa adequação do fraseado musical dos génios Vinicius e Tom. Para mim, a versão mais arrepiante, e o canto mais comovente de Caetano Veloso de todos os tempos. Nunca ninguém o ouviu cantar assim. Nem sequer em Cucurrucu Paloma... Como o autor destas palavras escreveu um dia:
Eu e água !
Exclama Caetano
Do alto das suas dúvidas
Vilarejos em mil questões
Por que da água vem a sua poesia
E da inteira Terra também


sexta-feira, 27 de julho de 2007

Van Halen - Van Halen; 1978


Em Março de 2007, quando os Van Halen foram recebidos no Rock´n´Roll Hall of Fame ao lado de R.E.M., Patti Smith, Grandmaster Flash e as Ronettes, só o baixista Michael Anthony e o segundo vocalista da banda, Sammy Hagar, apareceram em palco. David Lee Roth ficou amuado nos bastidores enquanto Eddie Van Halen se encontrava em reabilitação. Ainda que triste, foi um episódio perfeitamente apropriado para um grupo que conduziu o virtuosismo do rock da década de 70 até aos excessos dourados dos anos 80. A técnica de Eddie é assunto para horas de conversa entre guitarristas, mas o sucesso dos Van Halen deve-se em parte ao menino rico que a banda acabou aceitando como cantor: David Lee Roth. O sucesso comercial que o grupo gozou desde o inicio deveu-se muito ao apoio de Gene Simmons, dos Kiss, mas as pirotécnicas acrobacias do guitarrista e ginástica entrega do vocalista (uma espécie de Robert Plant em circuito de manutenção) despertaram o interesse de milhões e garantiram que a exibição dos seus videos arrumaria com qualquer momento morto em televisão. "You really got me" (maravilhosa versão dos Kinks) e "Runnin with the Devil"´foram os singles de maior sucesso, mas ainda hoje qualquer estação de rádio pode pôr a tocar "Ain´t talking about Love" ou "Jamie´s Crying" sem receio. Cruzando a elegância dos Led Zeppelin, a exuberância de Jimi Hendrix e a rebeldia dos Black Sabbath, os Van Halen garantiram que, entre prog rock, o punk e o disco sound, muitos se identificaram com a promessa "Yheah you may have all you want, buit i got somethin you nedd"

In: Blitz Aprova - Pop/Rock 1975-1979

Marisa Monte - Vilarejo

Creio que pela primeira vez, escrevo sobre a cantora-compositora e intérprete - Marisa Monte. "Vilarejo": Aldeia pequena, vilazinha, lugar de repouso... concerteza é a simbologia desta música. Chamo a atenção para este video, muitissmo forte no uso e trato da fotografia a preto e branco. Video-clip, assim denominado, passou, relativamente despercebido, em Portugal. Mais uma vez Marisa Monte demonstra o porquê de ser conotada como uma das maiores gestoras e impulsionadoras de carreiras no Brasil. Ela não só respira musica, como o lado "comercial", no melhor sentido do termo, do mercado musical. Sabe-se reunir de gente competentissima, como o caso deste director, que consegue um resultado final fabuloso.
Marisa é, no panorama actual musical, a maior intérprete (mulher) viva desse imenso país de talentos.


Por: Tiago Pereira da Silva

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Abbey Road - Parodiando...


A crónica de Manuel Alegre


Crónica do mesmo homem que um dia escreveu:
"Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não."


A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude

Contra o medo, liberdade
2007-07-24 23:15:00 Manuel Alegre, in Público

Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á.

Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS, que sempre foi um partido de homens e mulheres livres, "o partido sem medo", como era designado em 1975. Um partido que nasceu na luta contra a ditadura e que, depois do 25 de Abril, não permitiu que os perseguidos se transformassem em perseguidores, mostrando ao mundo que era possível passar de uma ditadura para a democracia sem cair noutra ditadura de sinal contrário.

Na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais ou locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra. Aliás, os debates desse congresso, entre Sócrates, eu próprio e João Soares, projectaram o PS para fora de si mesmo e contribuíram em parte para a vitória alcançada nas legislativas. Mas parece que foram o canto do cisne. Ora o PS não pode auto-amordaçar-se, porque isso seria o mesmo que estrangular a sua própria alma.

Há, é claro, o álibi do Governo e da necessidade de reduzir o défice para respeitar os compromissos assumidos com Bruxelas. O Governo é condicionado a aplicar medidas decorrentes de uma Constituição económica europeia não escrita, que obriga os governos a atacar o seu próprio modelo social, reduzindo os serviços públicos, sobrecarregando os trabalhadores e as classes médias, que são pilares da democracia, impondo a desregulação e a flexigurança e agravando o desemprego, a precariedade e as desigualdades. Não necessariamente por maldade do Governo. Mas porque a isso obriga o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) conjugado com as Grandes Orientações de Política Económica. Sugeri, em tempos, que se deveria aproveitar a presidência da União Europeia para lançar o debate sobre a necessidade de rever o PEC. O Presidente Sarkozy tomou a iniciativa de o fazer. Gostei de ouvir Sócrates a manifestar-se contra o pensamento único. Mas é este que condiciona e espartilha em grande parte a acção do seu Governo.

Não vou demorar-me sobre a progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde, com, entre outras coisas, as taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos. Nem sobre o encerramento de serviços que agrava a desertificação do interior e a qualidade de vida das pessoas. Nem sobre a proposta de lei relativa ao regime do vínculo da Administração Pública, que reduz as funções do Estado à segurança, à autoridade e às relações internacionais, incluindo missões militares, secundarizando a dimensão administrativa dos direitos sociais. Nem sobre controversas alterações ao estatuto dos jornalistas em que têm sido especialmente contestadas a crescente desprotecção das fontes, com o que tal representa de risco para a liberdade de imprensa, assim como a intromissão indevida de personalidades e entidades na respectiva esfera deontológica. Nem sobre o cruzamento de dados relativos aos funcionários públicos, precedente grave que pode estender-se a outros sectores da sociedade. Nem ainda sobre a tendência privatizadora que, ao contrário do Tratado de Roma, onde se prevê a coexistência entre o público, o privado e o social, está a atingir todos os sectores estratégicos, incluindo a Rede Eléctrica Nacional, as Águas de Portugal e o próprio ensino superior, cujo novo regime jurídico, apesar das alterações introduzidas no Parlamento, suscita muitas dúvidas, nomeadamente no que respeita ao princípio da autonomia universitária.

Todas estas questões, como muitas outras, são susceptíveis de ser discutidas e abordadas de diferentes pontos de vista. Não pretendo ser detentor da verdade. Mas penso que falta uma estratégia que dê um sentido de futuro e de esperança a medidas, algumas das quais tão polémicas, que estão a afectar tanta gente ao mesmo tempo. Há também o álibi da presidência da União Europeia. Até agora, concordo com a acção do Governo. A cimeira com o Brasil e a eventual realização da cimeira com África vieram demonstrar que Portugal, pela História e pela língua, pode ter um papel muito superior ao do seu peso demográfico. Os países não se medem aos palmos. E ao contrário do que alguém disse, devemos orgulhar-nos de que venha a ser Portugal, em vez da Alemanha, a concluir o futuro Tratado europeu. Parafraseando um biógrafo de Churchill, a presidência portuguesa, na cimeira com o Brasil, recrutou a língua portuguesa para a frente da acção política. Merece o nosso aplauso.

Oque não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias. Nem a capacidade de decisão erigida num fim em si mesma, quase como uma ideologia. A tradição governamentalista continua a imperar em Portugal. Quando um partido vai para o Governo, este passa a mandar no partido, que, pouco a pouco, deixa de ter e manifestar opiniões próprias. A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude.

Admito que a porta é estreita e que, nas circunstâncias actuais, as alternativas não são fáceis. Mas há uma questão em relação à qual o PS jamais poderá tergiversar: essa questão é a liberdade. E quem diz liberdade diz liberdades. Liberdade de informação, liberdade de expressão, liberdade de crítica, liberdade que, segundo um clássico, é sempre a liberdade de pensar de maneira diferente. Qualquer deriva nesta matéria seria para o PS um verdadeiro suicídio.

António Sérgio, que é uma das fontes do socialismo português, prezava o seu "querido talvez" por oposição ao espírito dogmático. E Antero de Quental chamava-nos a atenção para estarmos sempre alerta em relação a nós próprios, porque "mesmo quando nos julgamos muito progressistas, trazemos dentro de nós um fanático e um beato". Temo que actualmente pouco ou nada se saiba destas e doutras referências.

Não se pode esquecer também a responsabilidade de um poder mediático que orienta a agenda política para o culto dos líderes, o estereótipo e o espectáculo, em detrimento do debate de ideias, da promoção do espírito crítico e da pedagogia democrática. Tenho por vezes a impressão de que certos políticos e certos jornalistas vivem num país virtual, sem povo, sem história nem memória.

Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa. Responsabilidade dele? A verdade é que não se perfilam, por enquanto, nenhumas alternativas à sua liderança. Nem dentro do PS nem, muito menos, no PSD. Ora isto não é bom para o próprio Sócrates, para o PS e para a democracia. Porque é em situações destas que aparecem os que tendem a ser mais papistas que o Papa. E sobretudo os que se calam, os que de repente desatam a espiar-se uns aos outros e os que por temor, veneração e respeitinho fomentam o seguidismo e o medo.

Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro. Mas também sei que, assim como, em certos momentos, como fez o PS no verão quente de 75, um partido pode mobilizar a opinião pública para combates decisivos, também pode suceder, em outras circunstâncias, como nas presidenciais de 2006 e, agora, em Lisboa, que os cidadãos, pela abstenção ou pelo voto, punam e corrijam os desvios e o afunilamento dos partidos políticos. Há mais vida para além das lógicas de aparelho. Se os principais partidos não vão ao encontro da vida, pode muito bem acontecer que a recomposição do sistema se faça pelo voto dos cidadãos. Tanto no sentido positivo como negativo, se tal ocorrer em torno de uma qualquer deriva populista. Há sempre esse risco. Os principais inimigos dos partidos políticos são aqueles que, dentro deles, promovem o seu fechamento e impedem a mudança e a abertura.

Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: "Entre nós e as palavras, o nosso dever falar." Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Dave Matthews - Sister

Passing time with you in mind
It’s another quiet night
Feel the ground against my back
Count the stars against the black

Think about another day
Wishing I was far away
Wherever I dreamed I was
You were there with me

(Chorus)
Sister, I hear you laugh
My heart fills full up
Keep me please
Sister, when you cry
I feel your tears
Running down my face
Sister, sister, keep me

I hope you always know it’s true
I would never make it through
You could make the sun go dark
Just by walking away

Playing like we used to play
Like it would never go away
I feel you beating in my chest
I’d be dead without

(Chorus)
Sister, I hear you laugh
My heart fills full up
Keep me please
Sister, when you cry
I feel your tears
Running down my face
Sister, sister, you keep me


I hope you always know it’s true
I would never make it through
You could make the heavens fall
Just by walking away

(Chorus)
Sister, I hear you laugh
My heart fills full up
Keep me please
Sister, when you cry
I feel your tears
Running down my face
Sister, sister, you keep me




Dave's sister, Anne, died in 1994, about two weeks before the release of DMB's album "Under The Table And Dreaming." That's why in the back of that album it says, "In Memory Of Anne." She was killed in South Africa by her husband, who then killed himself. They had children that Dave and his other sister, Jane are helping to raise.

Para ti João!

domingo, 22 de julho de 2007

A ciência do Sono e do Sonho


(…) Para outros, o sono e os sonhos fornecem-nos pelo contrário um meio de nos preparáramos para o indispensável acordar, para o confronto inevitável com a realidade.
Alguns biólogos vão mais longe e sugerem que o sono e os sonhos seriam uma forma de estabelecermos ligações com o nosso passado biológico mais antigo, com a memória da espécie, com a hereditariedade profunda. Freud teria pretendido reconstruir, através do estudo dos sonhos, as etapas pré-históricas do homem, a herança arcaica da humanidade. (…)
Outros acreditam que o sono nos serve para classificarmos as nossas recordações, para pormos quotidianamente em ordem a nossa memória, e daí a ideia de utilizar o sono para aprender. (…) Dormir depois de termos aprendido ajuda-nos a recordar-nos melhor, e as lições da noite são mais facilmente fixadas. O sono facilita também a aprendizagem, como se pode verificar nos animais. (…)
Os Tensiares, um povo da Malásia, ensinam as crianças a contarem sistematicamente os seus sonhos todas as manhãs, mostrando-lhes como controlar os seus elementos assustadores. Organizar os nossos sonhos poderia ser, da mesma maneira, um processo de tornamos menos assustadores os problemas psicológicos e matérias da nossa vida diurna.

A Cronobiologia


O sono é um dos ritmos essenciais do homem, mas existem outros, cuja importância e complexidade foi recentemente demonstrada pela cronobiologia. Todos os animais estão sujeitos a estes ritmos: a aranha tece a sua teia da meia noite às quatro da manhã, as flores abrem e fecham a horas certas.
Todos os organismos possuem vários relógios internos, que desencadeiam ritmos tão diferentes quanto as vibrações ao centésimo de segundo das células nervosas ou ciclo menstrual da mulher. O homem vive a um ritmo de vinte e quatro ou vinte e cinco horas, decalcado da rotação da terra em torno do sol, dividindo o seu tempo entre a vigília e o sono. (…)

In: O Homem Mutante, Clarke. R
Imagem: O Sono, Salvador Dalí (1937)

sábado, 21 de julho de 2007

no woman no cry bob marley legend

A melhor versão de sempre...



Por: Tiago Pereira da Silva

Marley quebrou todos os muros "pré-fabricados" de um sonho em Utopia. Dessas barreiras que os Senhores poderosos impunham e impõem ao chamado "3º mundo".
Marley fez dessa utopia o sonho e desse sonho realidade, ao tornar-se o primeiro artista do 3º mundo a ser internacionalmente conhecido. O seu reconhecimento foi tão forte junto de seus pares (universo musical), que nenhum outro artista, como Marley, influenciou gerações de músicos, anteriores e, naturalmente, posteriores, como ele o fez. Os Stones, os "Claptons", os ex-Beatles (e só para citar alguns) foram todos beber, de sua fórmula mágica que revolucionou o mundo. Marley aliou a sua música e suas palavras, com um forte teor e cariz político, a uma presença e intervenção social ao nível de destacados membros de defensores dos direitos humanos. Essa era a sua cartilha. Por isso, a sua voz nunca mais deixou de ser ouvida. Porque o seu exemplo continua vivo e mais que tudo, a ser necessário.

No, woman, no cry;
No, woman, no cry;
No, woman, no cry;
No, woman, no cry.

Said - said - said: I remember when we used to sit
In the government yard in trenchtown,
Oba - obaserving the ypocrites
As they would mingle with the good people we meet.
Good friends we have, oh, good friends weve lost
Along the way.
In this great future, you cant forget your past;
So dry your tears, I seh.

No, woman, no cry;
No, woman, no cry.
ere, little darlin, dont shed no tears:
No, woman, no cry.

Said - said - said: I remember when-a we used to sit
In the government yard in trenchtown.
And then georgie would make the fire lights,
As it was logwood burnin through the nights.
Then we would cook cornmeal porridge,
Of which Ill share with you;
My feet is my only carriage,
So Ive got to push on through.
But while Im gone, I mean:
Everythings gonna be all right!
Everythings gonna be all right!
Everythings gonna be all right!
Everythings gonna be all right!
I said, everythings gonna be all right-a!
Everythings gonna be all right!
Everythings gonna be all right, now!
Everythings gonna be all right!

So, woman, no cry;
No - no, woman - woman, no cry.
Woman, little sister, dont shed no tears;
No, woman, no cry.

I remember when we used to sit
In the government yard in trenchtown.
And then georgie would make the fire lights,
As it was logwood burnin through the nights.
Then we would cook cornmeal porridge,
Of which Ill share with you;
My feet is my only carriage,
So Ive got to push on through.
But while Im gone:

No, woman, no cry;
No, woman, no cry.
Woman, little darlin, say dont shed no tears;
No, woman, no cry.

Eh! (little darlin, dont shed no tears!
No, woman, no cry.
Little sister, dont shed no tears!
No, woman, no cry

(V.Ford)

dee- randy rhoads (studio out-takes)

Fabuloso guitarrista da, imaginem quem, banda de Ozzy Osbourne.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Jeff Beck-people get ready

O Jeff Beck o som de guitarra por excelência. O som de puxar as cordas sem palheta. Arrasador este "animal" guitar hero

terça-feira, 17 de julho de 2007

Hora H - Helder Tachinho (César Mourão)

Um dos grandes méritos de Hérman José foi e continua a ser a sua grande mestria, na captação de talentos. Talvez alguns, já não estejam lembrados que Maria Rueff (a nossa maior actriz cómica em muitos anos) trabalhava no programa de Marco Paulo. Neste sketch, do novo programa de Herman (Hora H), temos César Mourão, que começou exactamente no programa de Fátima Lopes. Aqui percebemos que César Mourão é por exemplo como actor humorístico, o que qualquer um dos gatos, gostava de ser. E digo simplesmente como actor. E admito ser, um daqueles aficionados fãs de qualquer um dos gatos e em especial (RAP), o mais talentoso estamos todos, mais ou menos, em crer. É que, o mérito brutal deles é, a escrita de Sketchs e a forma rápida e intuitiva com que conduzem o humor. Já Woody Allen dizia que uma piada perfeita no timing errado, não produz o mesmo efeito sobre o público.

Este é um daqueles Sketchs que tem que ser visto do primeiro ao último minuto.

Gato Fedorento - As grandes questões do nosso tempo

Um dos mais fabulosos sketchs do Gato Fedorento na época da extrema originalidade. Mais do que ter encontrado um estilo muito próprio, Ricardo Araújo Pereira recorrendo à técnica do exagero, representa não sei quantos presidentes de câmara que conhecemos, em que as conversas e entrevistas transformam-se, muitas vezes, em monólogos. Mas chamo atenção para o seguinte, apesar de simples e discreto, o Miguel Góis está simplesmente fabuloso, sobretudo nos planos afastados em que, com uma certa cumplicidade de olhares para o lado, (utilizando a linguagem não verbal) parece dizer-nos qualquer coisa do género: "Mas que granda Brugesssooooooo"

Enfim, só!



Por António Barreto- J. Público

A SAÍDA DE ANTÓNIO COSTA para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.

Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro . Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.

Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates . Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.

O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo . Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.

Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.»

«Público» de 27 de Maio de 2007

segunda-feira, 16 de julho de 2007

A III Guerra Mundial - uma reflexão!


Por: Tiago Pereira da Silva

A III guerra mundial, entra-nos todos os dias pela TV... somos entretidos com “fotonovelifloribelasmerdas”, escamoteando as notícias, fazem-nos crer em sete maravilhas e tal, sonhamos com isto e com aquilo, queremos mais do que tivemos ontem, e, muito mais, quereremos amanhã.
E iludidos, de que a guerra, como não se vê, pelo menos bem diante dos nossos olhos, pouco ou nada, nos diz respeito. Sugiro então, que façam o seguinte raciocínio, em jeito de questão: Perguntem a algumas pessoas que conhecem, se sabem quantos continentes estão em guerra na actualidade? Eu, não saberia responder à questão.

Teria de analisar várias coisas primeiro. Não sei, quais são os conflitos de carácter episódico e aqueles, de carácter endémico. Não sei mesmo. Mas avaliando o somatório de todos estes conflitos, poderíamos muito bem, obter uma equação sobejamente semelhante ao nº de mortos directos, num gigantesco, conflito mundial.

Que guerra é aquela, que mata milhares de civis iraquianos anualmente?
Que Guerra é aquela, que mata, não sei quantos, soldados americanos que não são daquele filme?
Que guerra é aquela, travada quase semanalmente, entre traficantes, policias e inocentes, nos morros do Rio de Janeiro e São Paulo, e que mata mais anualmente do que o nº de vítimas do conflito Iraquiano?
Que guerra é aquela, na faixa de Gaza, entre Palestinianos e Israelitas; Que de repente, não mais que de repente, já nem se sabe quando começou?
Que guerra é aquela, que travam diariamente as crianças da Índia e da China, para fugirem à exploração infantil.
Que guerra é aquela, do Sudão?
E aquela da Chechénia sem fim à vista?
Que guerra é aquela, que travam todos os povos indígenas do continente Sul e norte Americano, invertendo a tendência exponencial para a extinção.
Que guerra é aquela, que travam os ambientalistas de todo o mundo em prol de um planeta melhor, sacrificando muitas vezes a própria vida?
Que guerra é aquela, que quase todos os países do mundo travam contra o tráfico de estupefacientes e o crime organizado, nomeadamente nos países da América Latina, e que mata milhares e milhares de pessoas por ano?
Que guerra é aquela, que travam as milícias em parcial-território de Timor Leste?
Que guerra é aquela, que promove a extinção dos aborígenes na Austrália?
Que guerra é aquela, a cruzada global contra o terrorismo?

Que guerra é aquela que se dá nos cinco cantos do planeta a que chamámos um dia de - Terra, planeta que habitamos ou mais, simplesmente, pátria.

III Guerra Mundial, que nada!




Imagem: Goya:O Três de Maio de 1808, Óleo sobre a tela, pode ser visto no maravilhoso museu do Prado. A 3 de maio, foi o dia louco e longo de massacres. Mais ou menos 400 espanhois, foram executados pelos pelotões de fuzilamento franceses.

Bruce Springsteen - War

(...)And you gonna need a lot of information to Know... what you don´t want to do..

War
What is it good for
Absolutely nothing
War
What is it good for
Absolutely nothing
War is something that I despise
For it means destruction of innocent lives
For it means tears in thousands of mothers' eyes
When their sons go out to fight to give their lives

War
What is it good for
Absolutely nothing
Say it again
War
What is it good for
Absolutely nothing

War
It's nothing but a heartbreaker
War
Friend only to the undertaker
War is the enemy of all mankind
The thought of war blows my mind
Handed down from generation to generation
Induction destruction
Who wants to die

rod stewart and jeff beck - people get ready

Esqueçam aquelas "cagadas" que já ouviram do Rod Stewart.. este homem muito antes de se "apimbalhar" fazia música a sério. A emblemática canção de Curtis Mayfiled nesta versão de Rod Stewart e Jeff Beck. Beck um dos heróis da guitarra dos anos 60, aparece-nos aqui com um som de guitarra inimitável.

Gary Moore - Too Tired

Este Sr. negro que acompanha Gary Moore, é um tal de Albert Collins "the master os telecaster" com o seu som de Delta Blues. Albert Collins é um dos cinco guitarristas negros de Blues mais importantes.

Gary Moore - Still Got The Blues (Live)

um daqueles solos de guitarra do olímpo.

George Harrison - MY SWEET LORD

Tiago Pereira da Silva

Existe uma “regra” qualquer que diz: quando somos fãs incondicionais dos Beatles, o primeiro por quem normalmente nos “apaixonamos” é o John, depois “perdemo-nos de amores” pelo encanto e talento do mais imaginativo dos Beatles – Paul. Normalmente acabamos, quase sempre em terceiro lugar, por descobrir o virtuosuismo de George, não só como guitarrista excepcional que foi, mas como um excelente compositor. Bom, pelo menos se não existe essa “regra”, no sentido de lógica, acabei de a inventar. Hoje, posso dizer que a minha admiração pelos três é repartida. Mas quando se começa, muito no inicio, a ter uma “Beatleobsessation” temos, que quase optar por uma espécie de clubite aguda. Quando amadurecemos o sentimento por, aquela que estou em crer tratar-se da maior banda de todos os tempos em todos os géneros musicais, é revelada de uma forma tão natural a opção de amar, de igual modo, pelo menos os três anteriormente citados. John sem dúvida a alma e líder espiritual da banda – talvez o mais carismático dos três. Paul sem a profundidade de John para escrever, mas incontestavelmente o único inglês capaz de rivalizar com Brian Wilson (do outro lado do atlântico) no título de maior compositor pop-rock de sempre. Paul exala musica por todos os poros. Só precisam de lhe dar um instrumento. George que no final, considerando o último disco, efectivamente feito pelos Beatles, revelou-se um talento capaz de rivalizar com John e Paul nas composições mais emblemáticas do inesquecível “Abbey Road” - para mim um apogeu de arte musical do séc.XX.


beatles - help! - you've got to hide your love away

Continua a ser, para mim, das melhores músicas da chamada 1ª fase desta magnifica banda... Lennon, já claramente influenciado por Dylan.

JOHN LENNON / MOTHER

Mother, you had me but I never had you,
I wanted you but you didn't want me,
So I got to tell you,
Goodbye, goodbye.
Farther, you left me but I never left you,
I needed you but you didn't need me,
So I got to tell you,
Goodbye, goodbye.
Children, don't do what I have done,
I couldn't walk and I tried to run,
So I got to tell you,
Goodbye, goodbye.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home...
Uma das canções mais arrepiantes de Lennon pós-Beatle. Os gritos finais de Lennon, tornam este tema inesquecível...

sábado, 14 de julho de 2007

Eric Clapton - Motherless Child (Live)

Dê por onde der...este homem volta sempre ao Blues.

QZ ~ Led Zeppelin D'yer Maker ~

Muitos anos mais tarde foi gravada por Sheryl Crow.... quando essa menina ainda fazia música e tinha muita piada.

AC/DC - Rock And Roll Ain't Noise Pollution (1980)

Lonely Teardrops

Versão maravilhosa de Michael McDonald da canção de Jakie Wilson... Cena arrojada do filme "Leaving Las Vegas" em que Cage está sublime.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Deep Purple-Second Movement

Deep Purple ao vivo no Royal Albert Hall com a Royal Philharmonic Orchestra (24 de Setembro de 1969).
Neste magistral concerto, o primeiro a reunir uma banda de rock e uma orquestra, podemos ver já os Purple com a sua formação Mark II. Desta ideia simples, podia ter nascido um desastre, mas não e pelo contrário, os Purple no seu "habitat natural" o palco (e neste capítulo, até talvez melhores do que os Zeppelin.
Escolhi este "second Movement" do concerto para se perceber como foi possível a reunião destes tão distintos universos musicais, que aqui em particular, se misturam e fazem a criação de algo que reservo para si comentar.
Tiago Pereira da Silva

quinta-feira, 12 de julho de 2007

John Lennon Watching The Wheels

"Ah, people asking questions lost in confusion
Well I tell them there's no problem, only solutions"


John Lennon

Esta frase, certamente de alguma presunção, de Lennon espelha, no meu entender, como devemos encarar alguns desafios na vida, apesar do contexto na música ser completamente diferente. Então amanhã só existirão soluções ;).

Os Acrobatas - Vinicius de Moraes


Subamos!
Subamos acima
Subamos além, subamos
Acima do além, subamos!
Com a posse física dos braços
Inelutavelmente galgaremos
O grande mar de estrelas
Através de milênios de luz.

Subamos!
Como dois atletas
O rosto petrificado
No pálido sorriso do esforço
Subamos acima
Com a posse física dos braços
E os músculos desmesurados
Na calma convulsa da ascensão.

Oh, acima
Mais longe que tudo
Além, mais longe que acima do além!
Como dois acrobatas
Subamos, lentíssimos
Lá onde o infinito
De tão infinito
Nem mais nome tem
Subamos!

Tensos
Pela corda luminosa
Que pende invisível
E cujos nós são astros
Queimando nas mãos
Subamos à tona
Do grande mar de estrelas
Onde dorme a noite
Subamos!

Tu e eu, herméticos
As nádegas duras
A carótida nodosa
Na fibra do pescoço
Os pés agudos em ponta.

Como no espasmo.

E quando
Lá, acima
Além, mais longe que acima do além
Adiante do véu de Betelgeuse
Depois do país de Altair
Sobre o cérebro de Deus

Num último impulso
Libertados do espírito
Despojados da carne
Nós nos possuiremos.

E morreremos
Morreremos alto,
imensamente
IMENSAMENTE ALTO.




Vinicius de Moraes


"São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher..."

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Led Zeppelin - I Can´t Quit You Baby


As palavras que devo acrescentar a estas imagens, de qualquer imaginário musical: Nesta versão extraordinária, a melhor gravada pelos Zeppelin, num sound rehearsal: a 1 de Setembro de 1970 no Royal Albert Hall, é aqui, que compreendemos a seguinte frase: When Rock meet the Blues.

Para quem tem dúvidas, de que os Zeppelin eram a maior banda daquela época.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Gosto e Gosto e Gosto e Gosto e ...



Bob Dylan, The Beatles, The Band, The Rolling Stones, The Kinks, Led Zeppelin, Deep Purple, Cream, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Doors, Dave Matthews, Joni Mitchell, Johny Cash, Johny Nash, Lou Reed, Jefferson Airplane, Don Henley, The Eagles, The Who, Fleetwood Mac, Sting, Police, Stevie Wonder, Jethro Tull, Bruce Springsteen, Dire Straits, Van Halen, Black Sabbath, Ben Harper, Steve Miller Band, The Harlem Gospel Singers, Steve Vai, Joe Satriani, Prince, Van Morrison, Paul Simon, Ladysmith Black Mambazo, Buena Vista Social Club, Ruben González, Ry Cooder, Marvin Sewell, Eric Clapton, Albert Collins, Albert King, BB. King, Steve Ray Vaughan, Robert Johnson, Mark Knopfler, Jeff Beck, Jimmy Page, Budy Guy, Andreas Segóvia, Carlos Paredes, José Afonso, José Mário Branco, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Maria João, Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Pedro Burmester, Mariza, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan, Elis Regina, Gilberto Gil, João Gilberto, João Bosco, Milton Nascimento, Jorge Ben, Adriana Calcanhotto, Rita Lee, Mutantes, Gal Costa, Itamar Assumpção, Armandinho, Yamándu Costa, Marcos Suzano, Maria Rita, Maria Bethânia, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Hermeto Pascoal, Paulo Diniz, Dorival Caymmi, Nanna Caymmi, Seu Jorge, Egberto Gismonti, Paulinho da Viola, Ella Fitzgerald, Billie Holyday, Nina Simone, Carmen Mcrae, Aretha Franklin, Bessie Smith, Cassandra Wilson, Diana Krall, Miles Davis, Duke Ellington, Thelonious monk, Cole Porter, Sarah Vaughan, Charlie Parker, Marvin Gaye, U2, Otis Rush, Otis Redding, Staple Singers, Taj Mahal, Tracy Chapman, Tom Waits, Vanessa da Mata, Peter Gabriel,etc...

To be continued...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa



"Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

"I am nothing
I Shall never be nothing
I can´t want to be nothing
Apart from this, I have in me all the dreams in the world"

"Je ne suis rien
Je ne serai jamais rien
Je ne peux vouloir être rien
À part ça, je porte en moi tous les rêves du monde"


Excerto do poema Tabacaria

Eucanaã Ferraz

Acredito que todas as influências se cruzam, actuam umas sobre as outras, entram em tensão, geram formas. E, de certo modo, tudo é influência, já que tudo ajuda a formar nossa sensibilidade. Assim, precisaria registrar a leitura entusiasmada da poesia de Pessoa e de Jorge de Sena. Mas, realmente os nomes portugueses fortes são Sophia e Eugénio. Encontrei em ambos, sobretudo, a força que nasce da delicadeza e da luz. A ternura de Eugénio é das coisas mais grandiosas que a poesia já produziu. A palavra de Sophia é absoluta, generosa, abraça uma dimensão cósmica, procura libertar-se de toda contingência, do tempo, do espaço, da descontinuidade dos nomes e dos corpos. A generosidade de Eugénio, por sua vez, parece mais chã, consiste em abrigar as coisas e os seres com as sua pequenas raias para acendê-los com a dignidade, a beleza e o afecto. Não me acredito minimamente capaz de chegar a tanto. Mas creio que estes dois autores revelaram alguns valores muito altos que gostaria de perseguir. Poderia dizer o mesmo da simplicidade sofisticadíssima de Manuel Bandeira. Já a poesia de João Cabral de Melo Neto orientou-me decisivamente para certo materialismo, que tanto me interessa na poética de Eugénio e mesmo em certa poesia de Sophia, e para um realismo que aos poucos foram me afastando como poeta, não como leitor e admirador, do "estilo" de Herberto Helder. Mas nenhum poeta me ensinou tanto a oficina poética quanto Carlos Drummond de Andrade. Lendo e estudando sua poesia descobri minhas próprias habilidades, minhas aptidões para esta ou aquela maneira de dizer. Mas seria preciso acrescentar ainda a pintura de Matisse, a música de Caetano Veloso, a prosa de Clarice Lispector. Tudo se cruza e se amplia, pois permaneço à procuro de linguagens, obras, autores e vivências que definam, que afinem o desempenho de minha escrita.

Eucanaã Ferraz: Poeta e Crítico Brasileiro

Bolero - Donn

Esta sim, a magnifica interpretação de Donn.

(...) In 1963, he arrived to Brussels to work in the Maurice Béjart company and soon became its principal dancer. In 1979, he performed for the first time Boléro, ballet that was created for a woman. His interpretation of Boléro in Claude Lelouch's film Les uns et les autres (aka Boléro) is unforgettable.

In his Biography

Vejo

Vejo-te só,
Vejo-me só,
Vejo-me nu,
Vejo-me cru,
Vejo-me carne,
vejo,
Vejo-me seco,
Vejo-me cego,
Vejo o silêncio,
Vejo a noite,
Vejo a terra
Vejo a terra da terra,
Vejo-a de um lugar distante,
Vejo o mar,
Vejo me nele,
Mas fora de mim,
Vejo-me num lugar distante,
Vejo-me numa ideia,
Vejo o pensamento,
Vejo e não vejo o sonho,
Ou simplesmente, vejo aquilo que não vejo.

Por: Tiago Pereira da Silva

Assanhado - Armandinho e Yamandú

Este Sr. chamado Armandinho, que descobri num concerto aberto de Gal Costa, em oeiras. Na época Armandinho fazia parte de uma super banda de Gal Costa. Ele é uma espécide Eddie Van Halen da guitarra Bahiana.

Fromthefilm

Yamandu Costa pode muito bem ser, o grande "violão" no panorama musical Brasileiro da actualidade. Não só é sr de uma virtuosa técnica, como também aprsenta aquilo, que muitas vezes falta, aos grandes tecnicistas, sentido melódico.

Pablo Neruda

O Bolero da minha infância


Por: Tiago Pereira da Silva

Arranca, de Bolero em Bolero,
Tudo o que para trás ficou.
Desprende-te da continuidade de Ravel e,
Percebe que a confusão é, também ela, clara.
Como a água que destila deste corpo suado,
Que afoga cada poro e a cada pólo.
Alavanca em alavanca, começas a desbravar caminho,
Para o universo ao teu redor.
Com a impetuosidade de uma vida,
Tentas abranger em ti,
A cada braço, a cada gesto,
O que está noutro plano,
O que está above you,
O que ainda não consegues enxergar.

Vês-te num labirinto de espelhos
Em que te encontras cerrado,
E neste espelho de imagens
Vasas de uma dor dilatante.
A orquestra é inteiramente tua,
Replicas-te em mil e uma vozes
Em cem mil corpos e questões,
Apêndices, tornam o teu imaginário razão,
A razão, do teu inteiro ser.
Fechas, por fim, a cópula.
De pétala em pétala e,
Não permites mais que do teu mundo,
Ouçamos esta voz transcendental.

domingo, 8 de julho de 2007

Não pirimpanparás a mulher do proximo

Paulo Portas quase cómico

Eu retirava o "quase"
"Eu sou genéticamente contra o poder" Paulo Portas

Imitação: Paulo Portas comenta a sua mudança de visual

Brutal...

Planeta de Josés Cids

"Diz que é a coisa mais estúpida do universo"

Bolero de Ravel: Maurice Bejart

(...)Donn traduziu o conceito proposto por Béjart na dança. E é a isso que Gil procura dar continuidade. ‘‘Maurice é um ser que atirou para todas as direcções com tudo o que ele tinha para se expressar, com o pensamento de revelar o ser profundo. Seu estilo é a forma de pensar, é a ideia de que a dança é algo que nos transcende, e é essa a diferença. Ele quer que os bailarinos vivam algo, dividam esse algo com ele’’(...)

(...) Gil Roman (director-adjunto) dançou praticamente todos os balés de Béjart.
Teve Jorge Donn — o bailarino argentino morto em 1992 ao qual o coreógrafo dedicou boa parte de seus trabalhos — como amigo, professor e ídolo. Com ele aprendeu a encarnar a dança. Com ele compreendeu o quão efêmero podem ser os passos de uma coreografia. E a fragilidade de um bailarino que tem na técnica um objectivo supremo. ‘‘A técnica não é o meio, mas um meio. Penso que a dança deve levar o intérprete a se encontrar, é um trabalho físico interior, o que conta é a carga emocional’’, garante o bailarino.

In 1º caderno

Tom Waits - Temptation

Diana Krall - Temptation : Montreal Jazz Festival 2004 Live

Guns N' Roses - Knocking On Heaven's Door (Freddie Merc)

Grande versão esta...Slash no seu melhor. E já agora, para os mais atentos.. vejam a T-shirt do Axel e Slash.

The Rolling Stones - Sympathy For The Devil (Barcelona 1990)

Rolling Stones 'Miss You' 1978

Monkey Man GWB 2007

Música "Monkey Man - The Rolling Stones" do magnífico "Let it Bleed" de 1969...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Maria Bethânia - Reconvexo

Reconvexo
(Caetano Veloso)

Int.:
Eu sou a chuva que lança a areia no Saara
Sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
Água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra
Você não me pega, você nem chega a me ver
Meu som te cega, careta, quem é você?
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não
Eu sou o preto norte-americano forte com um brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música,
A mais velha e mas nova espada e seu corte
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá gogoya
Seu olho me olha, mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar
Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo


Mais uma vertiginosa viagem pelo interior do Brasil, navegando pelo mundo inteiro.. Caetano, nesta "bizarra" torrente de imagens, justapostas e contraditórias. Uma das grandes letras do mano Cetano, que assenta como uma luva na voz e imagem da irmã. Se não foi escrito para ela, anda lá próximo...
Tiago Pereira da Silva

Djavan - Oceano

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Ennio Morricone conducts The Mission (Arena di Verona)

ITAMAR ASSUMPÇÃO E NANÁ VASCONCELOS - ISSO VAI DAR REPERCUSSÃO


ISSO VAI DAR REPERCUSSÃO

”O som dos dois foi modificado pelos sons dos dois”.
Com essa frase o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos resumiu com perfeição seu encontro com o cantor e compositor paulista Itamar Assumpção, ocorrido no início de 2001.
Encontro que nasceu de uma idéia do compositor maranhense Zeca Baleiro, que imaginou um show no Sesc Pompéia, em São Paulo, reunindo os dois músicos. Idéia que evoluiu para um registro fonográfico, em conversa de Zeca com o produtor paulista Paulo Lepetit.
O ponto de partida do disco era a interação de dois grandes ícones da música negra brasileira, com direito a improvisações e toda sorte de insights, o duelo/fusão de duas linguagens inovadoras – o moderno compositor Itamar e o criativo percussionista e arranjador Naná
Encontros, desencontros, encontros. Três anos se passaram. Itamar se foi. Ficou o registro desse encontro, acrescido de algumas pitadas sonoras de um seleto grupo de convidados, como o trombone de Bocato, arranjos e baixos de Lepetit, vocais de Anelis Assumpção, Vange Milliet e Tata Fernandes. O disco surpreende pela simplicidade e economia. Consegue ser simples e refinado em igual medida, popular e arrojado na mesma proporção.
”Vasconcelos e Assumpção – isso vai dar repercussão” inaugura o Projeto CD 7 da gravadora Elo Music.


IN SITE


Leonor
Itamar Assumpção

Devagar com esse andor Leonor
Casamento é muito caro
Sou compositor, cantor, também sou autor
Falo mais de flor que dor, Leonor
Mas não sou Roberto Carlos
Não tenho carro de boi, Leonor
Nem outro tipo de carro
Meu cachê é um horror, Leonor
Não sobra nem pro cigarro

Não tenho nem gravador, Leonor
Meu São Benedito é de barro
Meu menu é feijão com arroz
Que divido com mais dois, Leonor
Quando não falta trabalho
Viver somente de amor, Leonor
É tão lindo quanto precário
Tem que morar de favor, Leonor
Lá no bairro do Calvário
O que eu tinha de valor, Leonor
Dois gatos, três agasalhos

Cachecol de lã gibis do Tarzan
Gibis de terror, cobertor
Quatro jogos de baralho
Um macacão furta-cor, Leonor
Uma colcha de retalhos
O que não está no penhor, Leonor
Foi pra casa do Carvalho

segunda-feira, 2 de julho de 2007

MRP proposta para o prémio Nobel da Literatura


MRP proposta para Nobel da Literatura


Por: Tiago Pereira da Silva
Pois bem... tenho que defender aqui a minha posição.
E começo por dizer que nao concordo em nada com aquilo que foi dito pelo outro gajo, que por acaso tambem partilha este Blog, e que por um outro acaso ainda mais triste é meu irmão, sobre a Margarida Rebelo Pinto. Como se falou durante anos sobre a inclusão de José Cardoso Pires e mais recentemente Lobo Antunes... é de esperar mais ano menos ano, o surgimento do nome Margarida "Atropelo" Pinto para o Nobel da Literatura... Se Neruda já ganhou, Grass e até o nosso Saramago... é bom propormos um nome forte, com possibilidades de ganhar, pois tudo isto é uma questão de nome e o dela parece-me muito "pomposo". Quase de rainha.
A MRP é uma daquelas escritoras que, se fosse colocada numa máquina do tempo ... e viajasse 12 000 anos atrás, continuava a escrever memoravelmente... e os homínideos ficariam gratos pelos poucos avanços na arte da comunicação... Fo**** Levantei-me da cama francesa esta manhã e prometi que não dizia mal da MRP... Fo****. MRP ainda nao leu a Alegoria da Caverna, ou, o que é pior, não a entendeu, porque, se o tivesse feito, poupava-nos este constante martírio... Um ano e meio sem um livro seu no mercado... estavam a espera de outra coisa?

Joselito: «¡ Fique sabendo que acho incrível ainda não se terem lembrado da minha conterrânea Margarida Rebelo Pinto !»
Membro espanhol do comité Nobel: «Tienes toda la razón, por supuesto»»

Teclado Francês...

Existe uma qualquer frase que diz: faco te a cama a espanhola....ou esta porta è portuguesa;
ja era tempo de alguem escrever sobre os teclados franceses que me obrigam a escrever esta mensagem a esta velocidade e parecer um deficiente, com este gajo aqui ao lado a pensar os tugas sao mesmo estupidos;; so para imaginarem a posicao das teclas:: das que existem....ok qaui vqi... desculpen vai... vou diwer unq coisq auqlauer so pqrq

inqgimqren... perceberam... espren la... e o ponto de interrogacqo...ok esauecqn...esquecam; esperem la.esquecqmmmmmnnnn.


PS - A não pontuação, foi intencional...

in osapoeaparafusa.blogspot.com

A origem do nome...ou o nome da origem!


Publicado em www.osapoeaparafusa.blogspot.com
Blog Humorístico

Por: Tiago Pereira da Silva

Está na hora de revelar a verdade... Aquela que nos tem assombrado a todos, sem excepção, nos últimos anos. Aquela que, tendo permanecido todo este tempo oculta, nos fez mais pobres, menos sábios, estes anos todos.
Está na hora de explicar a origem do nome "O Sapo e a Parafusa". O meu irmão mais velho insiste em dizer que se trata de uma estória, sem (h) .. com que eu entretinha os adultos lá em casa, amigos de família, etc. O poder criativo era tão grande, que algumas sessões prolongavam-se horas a fio. Pois bem, tenho para mim que fizeram por diversas vezes o seguinte comentário à minha mãe: "Ó Cidália mas este puto não está nada bem" e depois iam-se rindo para mim para aliviar a tensão.

Eis que surge a verdadeira história. A minha versão dos acontecimentos, então sem mais atrasos, aqui vai na íntegra:

Encontravamo-nos no ano de 1984, era eu um puto pequeno - para aí com uns 4 anos e extremamente sensato, que sonhava com os filmes do Super-homem e do Indiana Jones, e jurava querer ser comido pelo protagonista do filme O Tubarão - o próprio bicho. Lembro-me como se fosse hoje, certa noite eis que surge no nosso escurecido terraço uma luz profunda bem do alto do céu ... nesse momento em que pensei estar a viver um encontro imediato do terceiro grau... só para invocar todos os filmes com banda sonora de um tal John Williams, que de repente, não mais que de repente começou a tocar na minha cabeça... mas não é essa questão! Nesse exacto segundo em que começo a elaborar o pensamento, sou.... exacto ... é isso mesmo que estão a pensar, sou abduzido por ETs, que nunca antes me haviam contactado. Ainda lhes falei da experiência anterior, de andar em cima do telhado a roubar as matriculas dos OVNIs mal estacionados de uns primos deles, mas na verdade não me deram muita bola. Estavam de facto mal intencionados.

Já dentro do OVNI, o comandante conta-me a história do Sapo e da Parafusa e, em jeito de premonição, numa espécie de aparição da Nossa senhora de Fátima aos três pastorinhos, confidencia-me que a minha história irá chocar o mundo.

Ao mesmo tempo que acaba de me dizer isto, somos surpreendidos pela chegada de um novo passageiro a bordo do OVNI, certamente também abduzido... imaginem quem ? George W. Bush. Exacto. Para quem respondeu este nome.

Foi então que o comandante, sem saber o que fazer, pronuncia-se sobre o terrível segredo por revelar... Este é um sujeito de uma espécie não existente. Não estudada. Mas tu, Tiago, jamais poderás informar os terrestres. Apesar da minha tenra idade, estava incumbido de uma árdua tarefa, ter que guardar ao mundo durante praticamente duas décadas as peripécias desumanas que faziam parte do seu divertimento pessoal.. desculpem.. enganei-me, disse pessoal como tratando-se de uma pessoa. Bom, mas onde é que eu ia? Exactamente! A parte em que aproveitando a distracção do comandante, o George (para os amigos) diz-me: Eu tenho a certeza que estes gajos são da Al-qaeda e tem armas de destruição massiva, Tiago, feita de sapos e parafusas. Ao que eu respondo: Boa ideia Jorge.


To be Continued...

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