Agora que chegas ao meu poema
com as mãos activas que te definem,
película constante deste instrumento.
ás vezes é assim, quando a prosa é selecta!
venha outro e outro e resta-nos ir para a bagatela.
E vamos imaginar também que entro no teu poema
estrangeiro estou, no meu.
numa análise firme, vejo agora,
apenas um átomo entre nós –
coeficiente sete, matriz três e intervalo nove.
decidi, por isso, escavar até à matéria funda,
convencido de que ia encontrar o simples.
pelo menos isso consegui!
porque sei que sentes que estou a pensar em ti agora.
Mas debrucemo-nos sobre aspectos deontológicos
pois o que também vale aqui - é que embaraças os outros,
como versos inteiros sem maiúsculas,
ou nações nórdicas sem homens brancos.
não há nada de surrealismo neste cosntructo,
apenas sei do “tu” e do “eu”,
mesmo que esses “seres doces” estremeçam,
digo ao mundo agora:
- tudo é negro quando tocas.
é indiferente que emprestes a tua sombra aos outros,
todos parecem ir na tua direcção.
porque descendes do sexy quando tocas,
provocas alvoroço nos vivos, deixas fantasmas
aos pedaços e dás á luz quem recorre a ti.
e determino que:
- ninguém mais pode gostar de ti agora.
ultimamente, ouço-te em todos os músicos,
longe vai o tempo em que me detinha,
surdo do teu contentamento.
essa directriz goza de variabilidade,
porque o meu esforço agora é fazer
o dia, em que amplias, minha fidelidade,
ou onde, encontro a estrada para a matéria funda.
Volto ao simples, ao que me liga ao teu poema
avalio a consistência interna em “ao” e sei enfim,
da aquisição de alguém. alguém com sete pernas
e de estabilidade temporal sem escala.
Ah, como o mundo é intransitivo!
sento-me nele, como se de um verbo tratasse.
seco estou, à tua espera, de metal na mão
e com o mel quase frio da música ao pescoço.
Juntemo-nos aqui outra vez.
Rodrigo Camelo
11 de Janeiro 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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