terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Manuela Azevedo e o medley da nossa infância.


Na grande noite do “Diz que é uma espécie de Reveillon”, além da graça natural de Ricardo Araújo Pereira e o “determinante” Zé-Diogo Quintela, algo mais surgiu num transbordante Pavilhão Atlântico, que nos encheu de força, magia, intelecto e saudosismo. Estou a falar na destacadíssima presença dos Clã e de Manuela Azevedo, em particular. Eu arrisco dizer que, no momento musical mais bem conseguido da noite, esteve aquela que pode muito bem ser a melhor banda de rock da actualidade em Portugal.

Os Clã entraram em palco para apresentar um medley de séries infantis dos anos 80, que marcaram profundamente o imaginário de uma geração que hoje se encontra perto dos 30 anos. A exacta geração dos Gatos. Desde Verão Azul a Dartacão, passando pela abelha mais famosa do mundo, só ficando mesmo a faltar o já “épico” - Tom Sawyer.
Queria contudo destacar a presença, sempre irreverente (perceba-se no óptimo sentido do termo) de Manuela Azevedo. Esta advogada de profissão, formada em Coimbra, que quis o “destino” – se tornasse música. Li algures, que Manuela Azevedo é e sempre foi bastante tímida, mas parece mais, quando se encontra num palco a cantar, tudo o resto parece girar em seu torno. É uma daquelas mulheres que chega e ilumina um palco. De onde vem tanta energia? E tão inteligente, ao serviço do que procura transmitir?

Manuela Azevedo que sendo uma grande cantora é e permitam-me a expressão, um animal de palco. Uma das figuras femininas mais interessantes da sua geração. A forma como nos deslumbra é, toda ela, natural. É como se não pudesse evitar. E sem artifícios na linguagem corporal, porque as pequenas imperfeições que trás no seu mundo, são todas elas, de outro mundo. Manuela Azevedo está tão longe das “divas” de bustos gelatinosos, como a Terra da Lua. Porque é uma mulher naturalmente linda.

Por: Tiago Pereira da Silva

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