Die Wolke: A Nuvem
Ano 2006
País de origem - Alemanha
GéneroDrama Ficção Científica Thriller
Realização - Gregor Schnitzler
Intérpretes: Paula Kalenberg Franz DindaHans-Laurin Beyerling
Por: Tiago Pereira da Silva
A grande maioria das plateias, espalhadas por esse mundo poderá nem ver “Die Wolke”. Confesso que o filme foi visto por um acaso. Um acaso muito feliz devo confessar neste caso, passe a redundância. Que vai ao encontro do que, uma vez, li: Certos filmes é que nos escolhem, não somos nós que os escolhemos!
O filme teve um efeito sobre mim, ainda agora, muito difícil de explicar. Não o considero bem balanceado. Quer isto dizer – irrepreensível sob o ponto de vista narrativo. Um ritmo algo quebrado no último terço do filme, sobretudo se compararmos com a primeira parte. Até ao acidente e um pouco do desenvolvimento do mesmo.
Mas não é isso que aqui venho referir. Não sei antes explicar, um pouco a temática central de A Nuvem aqui bem ao jeito de uma sinopse: O filme tem como pano de fundo um brutal acidente numa central nuclear perto de Frankfurt, que atemoriza cidades e localizações vizinhas. Uma delas a cidade mãe da nossa “protagonista” Hannah - Schlitz. O resultado do acidente de proporções catastróficas - uma nuvem radioactiva que lançará o pânico sobre a totalidade da população daquelas localidades, dizimando milhares e milhares de alemães.
“Todos os que vivem um pouco mais afastados tentam fugir. Entre eles está Hannah, de 16 anos, e o namorado Elmar. À medida que a lei e a ordem deixam de existir, eles tentam escapar da zona de perigo. Enquanto Elmar consegue fugir à última hora, Hannah fica para trás - e fica contaminada. No entanto, o seu amor, tão forte quanto profundo, volta a juntá-los: Elmar localiza Hannah na secção de quarentena de um sanatório. Beijam-se, abraçam-se e fazem amor. Elmar rapidamente se apercebe que também ele ficou contaminado. Eles podem não viver para sempre mas, no fim, sabem que uma vida mais curta mas preenchida com amor verdadeiro é mais do que a maior parte das pessoas jamais viverá...”
Bem, lendo este excerto, que tive o cuidado de colocar como citação, mais nos parece uma coisa do tipo Armageddon ou Dia da Independência. Não. Desenganem-se. A sinopse bem que parece um pouco lamechas, já para não dizer apimbalhada. Mas não é certamente por aí que são demovidos de ir ver A Nuvem! Digo eu, não sei!
Acontece que: não estamos na presença de um filme Hollywoodesco. Nem de um produto alemão que o pretenda ser. Penso que a temática, apesar de muitas vezes esquecida, deveria estar na ordem do dia. E se existe uma verdadeira intenção alarmante do filme, é de natureza altruísta, e não, Al Goriana. O realizador Gregor Schnitzler procura “dizer-nos” através do seu filme que se acontecesse um acidente nuclear nas proporções de Chernobyl, naquela região do país as consequências seriam catastróficas para a Alemanha de hoje. Um país como a Alemanha não suportaria tamanha tragédia!
O desenrolar do filme, o destino das personagens Hannah e Elmar é sobejamente previsível para o espectador, mas curiosamnete não faz com o mesmo perca o encanto. O brilhantismo dos actores, em particular, a revelação Paula Kalenberg, que chega a arrepiar em determinados registos, já na fase avançada da sua doença. Um filme que poderia ter caído facilmente nos lugares comuns, que poderia ter tratado algumas sequências de forma mais populista e ligeira – mas, quanto a mim, enganadoramente erradas. Um filme que mostra o ser humano como ele é. Eminentemente perigoso consigo próprio e assustadoramente cruel numa qualquer vaga Apocalíptica. Um filme que tem o mérito de se descolar dos estereótipos e da auto-sugestão da emoção fácil. Um filme assustadoramente belo. A não perder.
1 comentário:
Ótima dica, Tiga. Fiquei super a fim de assistir. Qdo será que no Brasil será possivel? Me encanta os filmes alemães e a temática é desafiadora mesmo. difícil não cair no senso comum, como disseste. Vou procurá-lo. Grande bjo
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