segunda-feira, 24 de março de 2008

Minha pele velha e fraca


Eu, comprometo-me com estas mãos nuas.
Elas agarram-me o branco, o de meu corpo
E que agora ganha uma nova vida. A do sossego
Em teu redor. Esta corrente faz-me da cor de um morcego

Esse organismo da noite, que escurece todas as grutas
Na mais que concreta nuvem, de um negro azul turvo
Que derrama o suor, sobre minha mão branca
E faz de minha cor clara, uma cor de água turva.

Este é o negro azul de mim.
Assombra todas as árvores que vi e conheço.
Pouco depois descubro, que já não tenho apreço
Por quem “chamamos” para identificar - saber.

As palavras não parecem, mais, traduzir
O que todas as pessoas pensam. Parecem desprezar no fim,
Porque nunca lhe identificamos a vida.
Quem sabe o que esta gente vomita? Quem Esculpir

O verso nu, nestas mãos zelosas do começo,
Verá que sucumbi na moral do que escrevo.
Porque sei apenas que me atrevo
A cumprir o amor louco e esmero da cólera.

Contínuo azul e negro, de mim mesmo.
O branco calmo de amparo na superfície
Disfarça o turbilhão escuro da profundeza,
Mas é onde começa o tom de pele defesa

Aquela que ouvirá o último suspiro na praça.
Que depois de deitada ao lume, velha e fraca,
Permanecerá imóvel e cansada, mas cheia de graça
Perante esse lixo gigante, que nos embaraça

Não sei onde tudo isto acaba!
Sei apenas que meu verso é negro de agonia
E a minha prosa, da cor da tua magia:
Esconde-se sempre à espreita do fim.

Por: Tiago Pereira da Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Tens 1 poder inesgotável de encantar e maravilhar quem te lê..e eu so te posso agradecer por isso..