segunda-feira, 10 de março de 2008

Nesse Rio Maldito


Anos de vida amarga,
Entardecer…
Velhos, oiço cá dentro.
Essa voz que vós escutais
É também meu coração sangrento,
Ferido dos inúmeros punhais.

É nessa gruta que o guardam?
Não vêem que ele espreita
Sempre um pouco.
Fechem-no às vezes…
Nesse cofre-asfixia de um louco
E deixem que apodreça uns meses.

Findem todas as passagens de ar.
Que estranha fragrância que deita!
É como se de matéria, tratasse,
Dessa entranha de mim,
Quero um volte face,
Nessa luz estranha sem fim.

Vinde tu, sinos da morte.
Toma-o como teu segredo,
Derrama o vinho brando sobre a testa
Guarda, ri e esconde…
Engole a chave nesta,
Dose de corpo onde

Os cafezais são seu abrigo,
Como um vácuo ao subversivo.
E nem a luz desses ordinários
Coloca negros nus ou ao relento,
Mutação estilo Portinaris
Ou as selvas que me deixam sedento,

De ir ao som de um Purus River.
Desse copo de corpo Inglês,
Que agita as águas de um rio
Minimalista, de onde vêem peixes
E os teus tesouros no frio,
Só precisa, mesmo, que deixes,

No bater desse coração,
Propicio como algo que vejo
Na escuridão de um rio maldito,
Entrar no Amazonas de ti.
Sem mais um grito erudito
De um corpo som Uakti.


Rodrigo Camelo

1 comentário:

Unknown disse...

Surgem espaços
onde os sentidos se prendem
e chegamos a lugares
onde nos podemos encontrar,
ou nos podemos perder...um mundo onde possas tocar algo novo
todos os dias..

Nasceste com a capacidade
de me maravilhar..a mim e a todos os q te leiem...Obrigado