Mendigo
Renegas o conto livre
Que a estátua imóvel
Teima em te dar
No seio da confusão urbana
Só ela te vê
E não avistas nada
No meio do barulho ensurdecedor
Ela contigo fala ao ouvido
Sussurra baixo
No teu silêncio só
Ela sábia e mãe diz a verdade
Ela é, a testemunha
A realmente única
Ela transpira vida
Mas um movimento perpétuo e renegado
Conduzem-te à incerteza
Do outro lado avistas mais
E mais e mais
As estátuas tomam agora o teu caminho
Na rua sentes-te só e perdido
Renegas o bom conselho
A vergonha é agora tua
Elas, avaliam a tua dor
Mas não te salvam da angústia
Enxergas por fim a verdade
Que cruelmente negavas
Eu renego de quem diz
Que avistas alguma salvação
A imagem do horror
Permites que seja tua
Mas o impulso fraterno
Fazem de ti um mundo
Como o mundo todo.
Tiago Pereira da Silva
2005
domingo, 28 de janeiro de 2007
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