quinta-feira, 3 de abril de 2008

A song to Rodri!



Nomeiem alguém que seja expressão do meu inconsciente
Dessas, cujos ossos da face, parecem tornar tudo iminente
Como te chamas, ó cria que danças materna e nua?
E abraças as misérias dessa escrava, que creio - tua.
É que a intima palavra, empresta-se, na solidão que te descreve.
Empregas todos os esquemas e escondes-te no leite que espreme,
O cínico desejo. Eu oiço-te como o “Parvo” na ponte estreita
Dessa barca Giliana, entre as duas grandes verdades:
O Inferno de viver, ou o paraíso como possibilidade.

Como é afinal teu nome, que não cantas em vão ou frases feitas
E que é meu mar no rio da descoberta ou a margem mãe em que te deitas?
As linhas dessa folha não permitem, que eu absorva as emoções,
Ou a desordem que despejas, num diário novo de canções.
As palavras acumulam-se nessa folha, que insistes em mimar
De um qualquer texto, que não é mais que o teu fervilhar.
Essas linhas são o filtro, para as palavras que destilam no intuito,
De retirar todo o velho sofrimento, apenas com um plano fortuito.
Faz do cínico, um antónimo e deixa me voar na beldade
De um Inferno, sobreviver, ou o paraíso da vaidade.

Quem és tu afinal, que me fazes tanta falta?
Surges na luz altiva da noite, de um sonho que veio de Malta,
Ou daquelas, como uma tarde que tarda em se dar ?
Não, dizes tu! Venho da batalha entre - múltiplos medos a entrar.
Agora que te conheço, viajamos para o imenso vazio do mundo
Onde juntos enxergamos a luz, que suspeito bem lá no fundo
Vir toda de ti. E que fazem da minha solidão sedenta
O bem mais profundo, na epopeia da rota de colisão,
Entre dois mundos que não recebem, só dão.

E que se apropria e apropria da dor.
Ou na imensa barragem que canaliza meu suor no calor.
Provavelmente, como um mano Caetano que fez de Paloma
A sua propriedade. O seu mais que singelo cantar de broma.
Talvez até como, a “Guernica” se apropriou de Picasso
Ou de um Djavan cantando: “Faltando um Pedaço”.
Não vês que só desejo o teu ser, em dias bissextos!
Podes esperar uns anos e multiplicar pelo número de textos,
Que escrevo lembrando, que a beleza é a melhor coisa que existe,
E que sei do sítio, onde és de verdade e a tua alma nunca desiste.

Sítio com um inferno e um paraíso a conviver
Onde o apelo da selva, deixa a civilização a esmorecer.
Encontra-te também, no outro de mim que não dói
E vê - beleza, no espinho que se crava no corpo que mói.
Estou para sempre, no plasma desse teu corpo
Onde alimentei os mitos, como aquele que contempla um morto.
Ó meu Deus ateu de brancas nuvens, amplia o peso
E a pretensão, de um pastor, que se quer sempre preso
Ao desejo, de ver teu céu colidir, na bruma do meu inferno.

Tiago Pereira da Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Preserva esse dom...a voca�ao criadora..a curiosidade sem fim...e mergulha sempre em ti mm..
� bom demais...