terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sob a prosa de Nery

Inscreve teus olhos na minha vida!
É que essa flor denunciou teu cheiro no meu viver.
E vens mansa como o pássaro que canta o silêncio
Que atravessa a porta do meu corpo e traduz
Tudo o que vejo acontecer, em mil anos-luz
E quero premissa!
Avesso de gravidade ou de preguiça…
E prosa é nossa Amor!

Veste as câmeras de programas finos,
As que sentem a cor que nasce em filme
E rezas um credo ateu das mil nuvens.
Talvez seja a jura eterna por fim,
A que me comprometo, caso sejas assim.
Porque tornas manchas de Nery tesouro
Desse Eduardo sem mãos de tesoura…
E amor nosso é prosa!

Quem sabe um pulso – Guevara,
Faz, de um talvez, não haja talvez em nós?
E vejo infinita beleza nessa canção muda
Vinda de impulsos fraternos e nunca mais,
E dorme a fonte que a viu nascer demais
Perdendo a rota, mas também o medo,
De teu olho azul ao sul mar do segredo.
E nossa é a prosa do Amor

Esse acaso já tem dono!
Porque voas no nada e trazes,
Um cravo de Abril, num sol de Julho,
Abrindo portas nas nuvens da vontade
Ou lentes para graduar minha saudade.
E eu nunca voava, mas vejo agora -
Dessas asas para nos levar, vida fora
E nem cabe em nós essa prosa!

Rodrigo Camelo

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