Vejo uma cidade inteira
Dentro dos teus olhos!
E vejo em estado puro,
Uma fábula em composição.
Não tenho medo de errar,
Deixemos de “Era uma vez…”
É que haver gente que erra é original
Logrou um guardador de rebanhos.
E eu guardo tua mão cheia de mel,
Permanecendo atento e a olhar.
Só olho mesmo, num não pensar
Pessoano. Só a ti te vejo.
Os dois rumo ao ar
Porém, vou sem esqueleto.
E tu, sem matéria mineral,
Na pele de uma mulher sedenta,
De coisas que te farão perdurar…
Eterna e livre, massa orgânica de meu ar.
Vejo-te agora minha mulher
Cidade de colinas e vales glaciares
Que percorro sem medo de me perder
Embora teu cheiro denuncie ainda pomares
De uma aldeia que vejo à minha mercê
Só preciso da palavra dita ao que lê
Os dois rumo ao mar
Retiro-me do que sinto,
E vou para dentro de quem
Me faz perceber quem sou.
Nem adianta apagarem tua cidade…
Ela delibera sempre minha vontade.
Vejo agora e sempre quem és,
E quero provar da tua cidade inteira
De teu céu, vales e colinas
Aprender-te, deitando-me no teu céu
Porque é onde faço meu chão pleno
Pleno de toda a matéria.
Rodrigo Camelo
quarta-feira, 18 de março de 2009
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