segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Teu Riso

Arrombas as faces,
Quando nem sabes
Que fazes, meu coração
Sussurrar:
“Não deverias nunca parar
De sorrir!”

Porque é de todos, o mais
Espontâneo.
Porque é de todos,
O que faz do mais - pouco…
Quando te considero.

Preciso dizer-te
A verdade.
…De te dizer, aliás,
Que sorris a
Minha vontade.

Desenhas teu rosto,
De um lugar que percorri,
De lábios que feri
Como um vulgar desgosto…

Sou cruel até para mim
Porque vejo desse ser,
Nesse mesmo fim.
Como fonte de meu doer.

Quero embriagar esse riso,
Pela manhã eterna da vida.
Quero sempre dessa bebida,
Para subir mais um piso.

Já foste cantada…
Teu riso foi até escrito,
Antes de nascer,
Por todos os poetas descritos.

Que não ousaram,
Como eu, cantar-te…
Que não puderam…
Como eu, amar-te.

És somente para mim,
Louca - loucura de ti!
Eu, escravo do teu jardim,
Da eterna flor presa por ti.


Rodrigo Camelo

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Num Clarão

Confesso que não percebi logo!
Ainda hoje permaneço imóvel.
Porque sei que esse alguém
Que te empurrou, vivia dentro e móvel.
E sempre, sempre, perigoso
Aparelho insano de sexo preguiçoso.

Vejo, tudo, agora num clarão,
E vejo a clara lua de uma tarde
Que não tarda, faz a noite parecer tua.
E sei que não desprezaste o fim, cobarde,
No verão em que apagaste teu sonho
E teu viver, subindo para um astro medonho

Onde se vê ao longe o teu corpo magro,
Os ossos nus da face e cavos na pele.
Vejo também a tua altura que estreita
Os prédios da cidade, a génese de teu mel
Onde a loucura enterra o Deus
E abraça os que não dizem adeus.

Londres afagou-se num misto
De um Brasil de identidade duvidosa,
Ou “Paranás” com rosto de vitrina
Onde reina a quarta divida briosa.
A última, transformaste em dúvida
E as outras três, numa página húmida.

E rompe lençóis e armadilhas,
Vem fantasma, sem misticismo
Mas vem ensinar o lume do teu fim,
Recuperando desse eterno cismo.
E eu que estava ignorante da morte
Bebendo desse vinho, testando a sorte!

Rodrigo Camelo

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ditongando ao som de Jara


Destruíste o sol, nesse grito de água
De mãos arrancadas, por uma espécie.
Naquela luz de um céu-anil-réu.
Produziste para um milhão, o aconchego pai -
Cobertor de som azul - para todos os irmãos no fastio

Todos os que cantaram num estádio feito
De silêncio forçado e um grito ténue,
E ao som absurdo de um varapau
Na madrugada eterna de um só réu,
Sabem, que suas mortes produziram uma outra espécie.

E que nenhum Ugarte nos dê cãimbra,
Na emoção de um Setembro qualquer que vem.
Porque sei também que tocas com as mãos,
Tesouros, numa guitarra de Salvador no poder
E a rima de Pablo, a incessante luz de um pai.

Mas, todos sentem atraso nesse uivar
Num estádio Latino como o ilhéu,
Onde tudo começou e ainda dói!
Ou, na “Zamba del Che” como mãe:
Da unidade de povo, que põe,

Toda a gente a festejar com a saia
De uma língua vermelha de mãe,
Numa toada que Jara havia feito
E cujas mãos jamais comeram,
Aqueles, com toda a perícia no mau.


Rodrigo Camelo

Para: Víctor Jara.
Porque permaneces vivo!

sábado, 6 de setembro de 2008

Chico Buarque




Samba e Amor

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente 'inda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna, a nossa cama reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem vinda companheira
No corpo do bendito violão

Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã.






Se você quer mesmo saber

Por que ela ficou comigo
Eu digo que não sei
Se ela ainda tem seu endereço
Ou se lembra de você
Confesso que não perguntei
As nossas noites são
Feito oração na catedral
Não cuidamos do mundo
Um segundo sequer
Que noites de alucinação
Passo dentro daquela mulher
Com outros homens, ela só me diz
Que sempre se exibiu
E até fingiu sentir prazer
Mas nunca soube, antes de mim
Que o amor vai longe assim
Não foi você quem quis saber?

Chico Buarque

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sem Dom

Para mim que não
Nasci com o dom
De: prima obra criar!

Vejo só à lupa esse horizonte,
Que desci para o bom
De – Atlas doce ampliar!

Com esse mundo ás costas
Escuto mais o som
De: venha à memória lembrar!

Trazes a luz e o vento
Numa mão cheia, com
O que: nem sabes explicar!

Mas coisas, vejo, desnascer
Num grito urgente, com som
De: Um José Mário a profetizar!

E venham os FMI(s) como sombras
Que trago a luz do bom
De: Um dia, para nos acordar!


Rodrigo Camelo, Setembro 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Joe Satriani - The Bells of Lal (part two)


... Não sendo tão bem conseguido como o seu antecessor (Surfing with the Alien), é claro que "The Bells of Lal (part Two)" pode ser encontrado no magnifico "Flying in a blue Dream"... já com alguns aninhos (1989).
Lembro-me de ter ouvido pela primeira vez, deveria ter uns 11 anos de idade, e demorei alguns dias para recuperar do Baixo de Stuart Hamm, por muitos considerado o grande virtuoso da época. Pouco depois fiquei decidido que o meu instrumento de eleição seria o baixo.
Quanto a Satriani palavras para quê?? Depois de Eddie Van Halen, dentro do género, talvez não tenha aparecido ninguém a tocar como ele. Nem sequer Steve Vai!

sábado, 23 de agosto de 2008

Bold as Love - Jimi Hendrix



Anger he smiles, towering in shiny metallic purple armour
Queen jealousy, envy waits behind him
Her fiery green gown sneers at the grassy ground

Blue are the life-giving waters taken for granted,
They quietly understand
Once happy turquoise armies lay opposite ready,
But wonder why the fight is on

But theyre all bold as love, yes, theyre all bold as love
Yeah, theyre all bold as love
Just ask the axis

My red is so confident that he flashes trophies of war and
Ribbons of euphoria
Orange is young, full of daring,
But very unsteady for the first go round
My yellow in this case is not so mellow
In fact Im trying to say its frigthened like me
And all these emotions of mine keep holding me from, eh,
Giving my life to a rainbow like you
But, Im eh , yeah, Im bold as love
Yeah, yeah
Well Im bold, bold as love (hear me talking, girl)
Im bold as love
Just ask the axis (he knows everything)
Yeah, yeah, yeah