sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A balança das Cores


Clareia os olhos
Seu poeta duende!
Doente dos efeitos
Drásticos da escrita,
Com os olhos cheios
De cones e bastonetes.
Aliás,
Olhos de um cão
Que vê, branco e preto,
Que não enxerga tudo
Preto no branco.
Eu sou esse,
O poeta
Que não sabe escrever.
O amante
Que não aprendeu amar.

Fez-se homem.
Alguém que diz
O que não sente.
Atenção a todos!
Não sei quando volta
Esse diz que diz
Que não diz…
Espreita agora aí,
Abre a porta
Da imensa ravina.
Vai com fé
E não desatina.
Que não sobram
De teus olhos,
As células vivas
Da testemunha, cor.


Rodrigo Camelo

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