Quisesse deus, que José Sócrates encontrasse em Cavaco Silva, a sua alma gémea. E encontrou mesmo.
Aqueles senhores estão de acordo em tudo! Até parecem da mesma família politica.
De facto os tempos não estão para brincadeiras e antes de prosseguir, queria interpelar o Sr. Primeiro-ministro de Portugal, com a seguinte questão:
- Sr. Primeiro-ministro, já viu o novo filme de Michael Moore – “Sicko”?
Se não viu, não lhe fazia mal nenhum ver. É que por exemplo na parte Francesa, digamos assim e para nos situarmos, confrontar-se-á com uma realidade, que por mais que lhe custe, é por demais evidente. A produtividade de um país, não necessita de sacrifícios, nem cortes nas “regalias”, aos suspeitos do costume. É até interessante perceber, que para José Sócrates a palavra regalia, ganha um novo significado. Os cortes nas férias, nos feriados, etc. Não podem ser e nunca serão, a justificação para os baixos índices de produtividade de uma nação. Se não veja o exemplo Francês, quando comparado com o Norte-americano.
O apoio do estado à maternidade. Os incentivos, do mesmo, a funcionários públicos com atestado médico. Tudo isto tem estado, também em Portugal, na ordem do dia.
De facto, e, temos que admitir, pela primeira vez em anos, temos um Primeiro-ministro com ideias concretas, com um perfil e uma estratégia de liderança firmes, bem como um rumo para Portugal. Agora, é exactamente aqui, que reside o problema. José Sócrates, não só é teimoso e obstinado, como perigo, oferecendo, este estilo autocrático de “democracia”, à procura de um rumo, diria eu, extremamente arriscado e em algumas matérias, irreversível. Este pensamento, pseudo-modernista, pró-europeísta de José Sócrates, para mim, confunde-se com uma velha máxima, de grande parte dos ditadores da América-latina: Ordem para o povo e progresso para a burguesia. É que ser ambicioso é uma coisa, ter ideias erradas, desconhecedoras da realidade profunda de um país, é outra, completamente diferente. Ás vezes a ouvir José Sócrates e Cavaco Silva, interrogo-me: “Mas estes senhores, são lideres políticos de que país?”
A imprensa, nas suas múltiplas vertentes, também tem feito a sua parte. Ora, o trabalho de um jornalista tem hoje, um peso, muito semelhante a de uma figura do estado, um politico, dirigente partidário, etc. As pessoas ligam a TV, ouvem as noticias (umas mais indisfarçavelmente manipuladas do que outras) e tomam-nas como - verdade. O sentido crítico das pessoas, está diluído a uma sociedade rápida e de consumo. Quanto mais rápida a pessoa for informada, melhor. O sistema montou um circo, que favorece a ideia, oculta, de que não é necessário muito trabalho intelectual ou questionamento da veracidade e isenção jornalística. Aliás, alguns órgãos de comunicação social, já nem se dão ao trabalho de disfarçar. Parecem uma versão diária, bem ao estilo de Marcelo Rebelo de Sousa, de fazer jornalismo. Fazê-lo idoneamente, dizem eles!
Cito a SIC, porque tem no seu director de informação, Ricardo Costa – o rosto, do não disfarce. No dia da realização, da Cimeira de Lisboa, Ricardo Costa, em directo no jornal da tarde, fazia ver ás pessoas lá em casa, a propósito da Manifestação da CGTP, marcada para a mesma hora da cimeira e que acabariam por estar, “apenas” 200 mil pessoas…Mas dizia ele, para os telespectadores lá em casa, que pensassem duas vezes antes de irem para a manifestação, porque nenhuma central sindical europeia se tinha aliado, ao protesto da CGTP. A resposta e mobilização das pessoas, nessa tarde fizeram-me crer outra vez, nas palavras celebrizadas na voz de Zeca: O Povo é, quem mais ordena!
Continua…
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
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1 comentário:
Tão claro o que escreveste! Parece evidente, não é?...o que me leva a pensar que só não vê o que se passa, quem não quer ver...
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