Anjo triangular, que guias!
O Aparelho em que voas,
Num vento forte, que assobias,
Vem disfarçado de armas boas.
Batalha nessa guitarra,
Sábio, o risco de te ganhar,
No fantástico som de farra
Nesse rio-voz, de teu lar.
A tua inocência é viúva
Perdeu o elo da Fanga.
Vós, a eterna miúda
Com beijos escondidos na manga.
Na outra margem, te avisto
De onde os ruídos são manifesto
As causas de tudo isto
De um ser gente – imodesto.
De segunda, a qualquer madrugada,
Espero por ti sem saudade
Porque a ânsia é sempre cruzada,
Como a rima em vão – puberdade.
Aconteceu-me em Sevilha,
Pisar desse céu mergulhado,
Onde assinaste a cartilha,
Um perpétuo fio trilhado.
Conheço-te, enfim, Buenos Aires,
Lugar do teu começo.
Avisto-te, de três andaimes
E compro-te, livre de apreço.
Meu povo de humor quente,
Vens para sempre educado
E eu por mais que tente
Não tenho em mim um soldado
Que lute por ti de dia
E cuspa teu sangue, mais à noite.
Que tem nessa Barcelona, a via
De um ser anjo que a afoite.
Por: Tiago Pereira da Silva
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
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