sábado, 29 de dezembro de 2007

Ao Redol do teu Carvalho.

Fazes-me sempre ver
Que quando te alcanço
Quase entendo o avanço
Do teu céu húmido ser.

Representas o que nem sabes.
De uma terna dignidade
Como amparo-paternidade,
Desse alguém, sem herdades.

E quando volto ao lugar de Si
Volto, ao Redol do teu Carvalho.
E aos muitos que, entre ti,
Ainda espreitam nesse orvalho.

Integras mais um irmão
Para essa cultura unir.
Para o templo desse chão,
A estátua-irmã-cinza, esculpir.

Xenofilia a tua língua
Dos teus deuses da criação.
O silêncio, a tua mingua,
Quando da fobia fazes, negação.

Incensurável começo esse,
Desse hospício de enjeitados.
É que os por ti rejeitados
Inflamam cegos, como esse.

Adoptas a incestuosa fé,
Derrubas os montes exactos,
Prendes-te ao eterno pé
Da silva mãe desses matos.

Largas por fim esses gritos
No fumo de cada queimada,
E ao longo desta cruzada
Dançam palavras tuas nos livros.

Por: Tiago Pereira da Silva

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