Dormiste em ti tão incubada,
Numa lua triste de Orfeu.
Despiste sempre minha almofada,
Na luz que a Santa ergueu.
Toma teu dia a voar,
Prega Vinicius ao Luar.
Dorme também apertadinha
E leva o pranto na brama.
Chama sempre pela maninha,
Que arrasa e fere esse drama.
Nem que o sol invoque
A cor rosa choque.
Porque elas são todas precisas,
No mar leve de teu ácido.
Nesses esporos, pelas brisas
Perde-se um deserto de ar plácido.
Até que a terra toda seque
E te abrace, como um leque.
Abraçou-se ela também, pintada
Nessa terra que Torga pensou.
É ver-te sempre tão lavrada
Como a fruta que - Eva trincou.
E deu lugar à natureza
Nesse tom de dom braveza.
Tiago Pereira da Silva
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
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