Por: Tiago Pereira da Silva
Coincidência, ou não, na verdade e, depois de debater a polémica questão do mais do que claro sinal permanente de ignorar a Dave Matthews Band, por parte das rádios de todo o país, tive uma daquelas semanas em que, como apaixonado fã musical, questionei a evolução da industria musical dos últimos 10 a 20 anos. Ao mesmo tempo que a consternação se ia apoderando da minha pessoa, fui procurando aqui e ali, conhecer outras particularidades da DMB(quase que para alimentar uma das mais gratas recordações do concerto de sexta) que ficará, com certeza, para sempre no meu imaginário musical.
Mas estava eu a dizer…Á, exacto! Tratando-se de coincidência ou não, achei por acaso um filme na Internet (perdoem-me a pirataria) mas é para consumo próprio, intitulado “Before the music dies” com participações de figuras tão ilustres como: Bonnie Rait, Eric Clapton, Elvis Costello, Dave Matthews e a agradável descoberta chamada Doyle Bramhall ii (procurem, para vosso bem), que nas palavras do próprio Clapton não o achou igual a ninguém, apaixonando-se completamente pela sua forma de tocar guitarra. Aliás, acredito já ter dito neste blog certa vez que: alguns filmes é que nos escolhem, não somos nós que os escolhemos. Fica esta curiosidade por esclarecer...
Toda a temática do filme vai ao encontro da questionação da indústria musical actual e considerando, sobretudo, o mercado norte-americano. lembrar-se-ão da Britney Spears daqui por 10 anos ? Se calhar, não é preciso esperar tanto tempo. É que, honestamente, quem ainda ouve falar das Spice Girls? No entanto bateram não sei quantos recordes de vendas. A indústria está feita, hoje, para caras bonitas, que nem sequer precisam de saber cantar. Os seus fãs, não são musicais, são da cultura pop reinante. São de um produto descartável, pronto e rápido para consumo. Que não será, naturalmente, resistente à matriz do tempo.
A indústria musical é, também ela, mais cruel nos dias de hoje. Quem lançaria um Peter Gabriel hoje? Ou um Steve Wonder? Não muitos arriscariam, estou certo! E é engraçado, que acaba por ser mais cruel até com as próprias pseudo-artistas pré-fabricadas, porque estas, “comem-se” e “engolem-se” umas às outras.
Quem assistir ao filme poderá até ficar chocado com alguns elementos do mesmo, mas estou em crer, entenderá o porquê de, entre outras coisas, bandas como a Dave Matthews Band, Calexico e Doyle Bramhall ii não passarem na rádio. E talvez, até prefiram as coisas dessa maneira.
sexta-feira, 1 de junho de 2007
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