sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Caetano Veloso - O CIÚME

Caetano Veloso - O ciúme

Dorme o sol à flor do Chico meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, o rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre, nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só eu só eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem te chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tu é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
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