quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Minha Irmã




Minha irmã no tempo e no espaço,
Quando te emprestam a madrugada escura,
Perdes-te no meio,
No ritmo do cosmos.
Erguem-se tantas e tantas,
Que já não te vejo.
Mas quando te olho atento,
Aliás, como deves ser olhada…
Vejo que dás lugar,
À mais que evidente realidade.
Brilhas com aquela gravidade,
Que só a minha e a tua pessoa podem,
Jamais entender...

Do brilho de uma outra verdade,
A inexistência da tua luz,
Ferem e adormecem o meu ser.
Deixam-me muito aquém do que sou,
E do que posso ser,
Quando enfim, enche-se novamente
De ritmo a minha vida.
Com o aconchegante bater do teu pulso,
Sei então,
Que da inteira existência
Não preciso mais,
Que teu Céu.
Porque é onde encontro o meu eterno chão,
E onde te encontro no chão pleno...
Pleno de toda a matéria.

Tiago Pereira da Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Que bonito!... a sério...
A mensagem é evidenciada pelo ritmo e forma do texto. Um tanto de monólogo e de confissão, um sussurro.
Gostei particularmente do final - resulta bem a quase anulação da dicotomia céu/chão!

jinho :)...