terça-feira, 29 de julho de 2008
Sob a prosa de Nery
Inscreve teus olhos na minha vida!
É que essa flor denunciou teu cheiro no meu viver.
E vens mansa como o pássaro que canta o silêncio
Que atravessa a porta do meu corpo e traduz
Tudo o que vejo acontecer, em mil anos-luz
E quero premissa!
Avesso de gravidade ou de preguiça…
E prosa é nossa Amor!
Veste as câmeras de programas finos,
As que sentem a cor que nasce num filme
E reza um credo ateu das mil nuvens.
Talvez seja a jura eterna por fim,
A que me comprometo, caso sejas assim.
Porque tornas as geniais manchas de Nery, tesouro
Desse Eduardo sem mãos de tesoura…
E amor nosso é prosa!
Quem sabe um pulso – Guevara,
Faz, de um talvez, não haja talvez em nós?
E vejo infinita beleza, nessa canção muda
Vinda de impulsos fraternos e nunca mais,
E dorme a fonte que a viu nascer demais
Perdendo a rota, mas também o medo,
De teus olhos, ao sul mar do segredo.
E nossa é a prosa do Amor
Esse acaso já tem dono!
Porque voas no nada e trazes,
Um cravo de Abril, num sol de Julho,
Abrindo portas nas nuvens da vontade
Ou lentes para graduar minha saudade.
E eu nunca voava, mas vejo agora -
Dessas asas para nos levar, vida fora
E nem cabe em nós essa prosa!
Rodrigo Camelo, 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Tea for Two... segundo Clara Amaral.
TEA FOR TWO A vida é cheia destas viagens. Viagens através do amor, através da amizade, através de coisas de que gostamos e de outras que odiamos. Viagens pelo nosso corpo, viagens pelo corpo de outras pessoas… Tudo são viagens e, por vezes… vontade de viajar.
No final da apresentação terá lugar uma conversa informal sobre o processo de trabalho moderada por Daniel Tércio.
DATA 22 de Julho
HORA 22 Horas
LOCAL Auditório d’A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes
Por: Tiago Pereira da Silva
Ver o espectáculo de Dança Contemporânea da, podemos chamar, coreógrafa: Clara Amaral, sim porque quem nos apresenta uma 2ª obra desta natureza só pode (mesmo que, com máxima descrição) ser apresentada como tal; mas dizia eu que me “carregou” suavemente para uma série de coisas. Lembrei-me, por exemplo, da fantástica e tantas vezes esquecida música de George Harrison do álbum “Let it Be” dos The Beatles – “I Me Mine”.
Algo verdadeiramente original. Ou algo originalmente verdadeiro. E não sei exactamente qual assenta melhor em “Tea for Two”.
Não vou entrar num terreno em que me sinto totalmente desconfortável, jamais me atreveria a escrever sobre uma leitura técnica do espectáculo de Clara Amaral, contudo, poderei revelar ao leitor como fui agraciado com esta experiência. Sai incomodado do espectáculo e digo isto no melhor sentido do termo. E este desconforto e falta de acomodação, interrompe a lógica do se faz na maior parte dos casos, hoje em dia. Saímos todos da zona de conforto, naquela noite. E se só dissesse isto, já era dizer muito da mais recente obra de Clara Amaral.
(…) Em palco várias cadeiras e cinco bailarinas num universo profundamente feminino. E quando digo feminino, refiro-me a: toda uma lógica de dança e interpretação de maneirismos, desconfortos, tiques, de um contexto de natureza humana, mas sobretudo feminil. Pensei também no evidentemente complexo mundo das superstições, que para mim (apesar de não ter ouvido nada sobre isso) é um dos temas transversais a todo o tempo de “Tea for Two”. Mas é um tema quase omnipresente.
Há lugar para os homens? Sim, mas talvez como “meros” observadores, “meras” testemunhas. Em grande parte do tempo do espectáculo, senti verdadeiramente o privilégio da revelação do universo da mulher. Como uma coisa singular e não plural. Penso sempre na dicotomia Singular – Plural, de uma forma tão verdadeira como Mulher – Homem.
Lembrei-me, claro, do cancioneiro lindíssimo e genial de Chico Buarque de Hollanda. Que se coloca de tal forma na pele de uma mulher, que não poderíamos desconfiar nunca, tratar-se de um autor masculino. Talvez não exista ninguém tão capaz de descrever a mulher noutra língua. Se pensarmos por exemplo no Castelhano, teremos que caminhar até à realidade cinematográfica, para encontrar um outro exemplo. É claro que falo de Pedro Almodôvar, e, em obras como “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” ou “Tudo Sobre a Minha Mãe”.
Enquanto escrevo desorganizadamente as ideias sobre “Tea for Two”, dou por mim a verificar, que de repente já falei em nomes como: George Harrison (numa lógica egocêntrica, com muito pouco de “cêntrica”); de Chico Buarque e Pedro Almodôvar.
É evidente que importa não esquecer que será uma tarefa bastante menos ingrata para uma mulher, escrever sobre a própria alma feminina. Mas a ousadia neste caso vem associada ao mérito. Porque Clara Amaral arriscou muito e foi bem sucedida. Ainda para mais, quando sabemos que esta Coreografia foi escrita e pensada inicialmente, para intérpretes inglesas (excepção de uma bailarina) presente nas duas apresentações. .
Caetano Veloso disse certa vez a propósito do seu espectáculo “Fina Estampa ao vivo” qualquer coisa como: Isso de cantar numa outra língua, nasce da necessidade de chegar ao outro, até mesmo de ser o outro (…). Inevitavelmente lembrei-me de Clara Amaral, que nos transportou para essa mesma premissa. Mas a qualidade do seu trabalho, do meu ponto de vista, nasce sobretudo da imensa capacidade demonstrada de ter sabido interpretar uma realidade inglesa, encontrar pontes e elos de ligação, e acrescentar um novo vocabulário estético-visual, por força das bailarinas portuguesas. Sem essa sua capacidade de ser o outro, primeiro, para depois nos conduzir, e o resultado seria manifestamente outro.
Sobre as “polémicas” ratoeiras em palco, também isso foi uma tremenda manifestação de coragem e inteligência, a de aceitar a melhor ideia num universo ao nosso redor, independentemente de quem ela venha. E neste caso, tudo mais a ver. Essa simbologia do Amor, enquanto Inesperado, e não propriamente como fatalidade de sofrimento ou aprisionamento.
Continuando a celebrar esta valiosa descoberta, sim porque importa partilhar todas as grandes descobertas e Clara Amaral é sem dúvida, uma.
Pensei em Clara Amaral e sua experiência em Inglaterra e lembrei-me uma vez mais de Caetano exilado em Londres. No teu caso, foi um “auto-exilio”. E lembrei-me porquê? Como escrevi um dia: Caetano refere-se ao período em Londres como fulcral para ter continuado a fazer música pois o seu “violão” no Brasil não era considerado de nível profissional. Foi em Londres que se sentiu pela primeira vez confortável para tocar em estúdio. Lá os técnicos (curiosamente) acharam a sua técnica de tocar guitarra de uma originalidade única. Contratar alguém para o fazer no seu lugar, tiraria toda a originalidade e profundidade das canções.
Pois bem amiga, e agora escrevo enquanto tal, esta experiência Inglesa trouxe-te distraidamente outra segurança, outro conforto, de alguém que de repente amadureceu e tornou-se uma das mais belas originais surpresas da sua geração. Como tu dirias no teu “dialecto” favorito. Bem haja, amiga!
No final da apresentação terá lugar uma conversa informal sobre o processo de trabalho moderada por Daniel Tércio.
DATA 22 de Julho
HORA 22 Horas
LOCAL Auditório d’A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes
Por: Tiago Pereira da Silva
Ver o espectáculo de Dança Contemporânea da, podemos chamar, coreógrafa: Clara Amaral, sim porque quem nos apresenta uma 2ª obra desta natureza só pode (mesmo que, com máxima descrição) ser apresentada como tal; mas dizia eu que me “carregou” suavemente para uma série de coisas. Lembrei-me, por exemplo, da fantástica e tantas vezes esquecida música de George Harrison do álbum “Let it Be” dos The Beatles – “I Me Mine”.
Algo verdadeiramente original. Ou algo originalmente verdadeiro. E não sei exactamente qual assenta melhor em “Tea for Two”.
Não vou entrar num terreno em que me sinto totalmente desconfortável, jamais me atreveria a escrever sobre uma leitura técnica do espectáculo de Clara Amaral, contudo, poderei revelar ao leitor como fui agraciado com esta experiência. Sai incomodado do espectáculo e digo isto no melhor sentido do termo. E este desconforto e falta de acomodação, interrompe a lógica do se faz na maior parte dos casos, hoje em dia. Saímos todos da zona de conforto, naquela noite. E se só dissesse isto, já era dizer muito da mais recente obra de Clara Amaral.
(…) Em palco várias cadeiras e cinco bailarinas num universo profundamente feminino. E quando digo feminino, refiro-me a: toda uma lógica de dança e interpretação de maneirismos, desconfortos, tiques, de um contexto de natureza humana, mas sobretudo feminil. Pensei também no evidentemente complexo mundo das superstições, que para mim (apesar de não ter ouvido nada sobre isso) é um dos temas transversais a todo o tempo de “Tea for Two”. Mas é um tema quase omnipresente.
Há lugar para os homens? Sim, mas talvez como “meros” observadores, “meras” testemunhas. Em grande parte do tempo do espectáculo, senti verdadeiramente o privilégio da revelação do universo da mulher. Como uma coisa singular e não plural. Penso sempre na dicotomia Singular – Plural, de uma forma tão verdadeira como Mulher – Homem.
Lembrei-me, claro, do cancioneiro lindíssimo e genial de Chico Buarque de Hollanda. Que se coloca de tal forma na pele de uma mulher, que não poderíamos desconfiar nunca, tratar-se de um autor masculino. Talvez não exista ninguém tão capaz de descrever a mulher noutra língua. Se pensarmos por exemplo no Castelhano, teremos que caminhar até à realidade cinematográfica, para encontrar um outro exemplo. É claro que falo de Pedro Almodôvar, e, em obras como “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” ou “Tudo Sobre a Minha Mãe”.
Enquanto escrevo desorganizadamente as ideias sobre “Tea for Two”, dou por mim a verificar, que de repente já falei em nomes como: George Harrison (numa lógica egocêntrica, com muito pouco de “cêntrica”); de Chico Buarque e Pedro Almodôvar.
É evidente que importa não esquecer que será uma tarefa bastante menos ingrata para uma mulher, escrever sobre a própria alma feminina. Mas a ousadia neste caso vem associada ao mérito. Porque Clara Amaral arriscou muito e foi bem sucedida. Ainda para mais, quando sabemos que esta Coreografia foi escrita e pensada inicialmente, para intérpretes inglesas (excepção de uma bailarina) presente nas duas apresentações. .
Caetano Veloso disse certa vez a propósito do seu espectáculo “Fina Estampa ao vivo” qualquer coisa como: Isso de cantar numa outra língua, nasce da necessidade de chegar ao outro, até mesmo de ser o outro (…). Inevitavelmente lembrei-me de Clara Amaral, que nos transportou para essa mesma premissa. Mas a qualidade do seu trabalho, do meu ponto de vista, nasce sobretudo da imensa capacidade demonstrada de ter sabido interpretar uma realidade inglesa, encontrar pontes e elos de ligação, e acrescentar um novo vocabulário estético-visual, por força das bailarinas portuguesas. Sem essa sua capacidade de ser o outro, primeiro, para depois nos conduzir, e o resultado seria manifestamente outro.
Sobre as “polémicas” ratoeiras em palco, também isso foi uma tremenda manifestação de coragem e inteligência, a de aceitar a melhor ideia num universo ao nosso redor, independentemente de quem ela venha. E neste caso, tudo mais a ver. Essa simbologia do Amor, enquanto Inesperado, e não propriamente como fatalidade de sofrimento ou aprisionamento.
Continuando a celebrar esta valiosa descoberta, sim porque importa partilhar todas as grandes descobertas e Clara Amaral é sem dúvida, uma.
Pensei em Clara Amaral e sua experiência em Inglaterra e lembrei-me uma vez mais de Caetano exilado em Londres. No teu caso, foi um “auto-exilio”. E lembrei-me porquê? Como escrevi um dia: Caetano refere-se ao período em Londres como fulcral para ter continuado a fazer música pois o seu “violão” no Brasil não era considerado de nível profissional. Foi em Londres que se sentiu pela primeira vez confortável para tocar em estúdio. Lá os técnicos (curiosamente) acharam a sua técnica de tocar guitarra de uma originalidade única. Contratar alguém para o fazer no seu lugar, tiraria toda a originalidade e profundidade das canções.
Pois bem amiga, e agora escrevo enquanto tal, esta experiência Inglesa trouxe-te distraidamente outra segurança, outro conforto, de alguém que de repente amadureceu e tornou-se uma das mais belas originais surpresas da sua geração. Como tu dirias no teu “dialecto” favorito. Bem haja, amiga!
quinta-feira, 24 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
CéU - o futuro da música anti-classificações do Brasil...
Ouvi o futuro da música, anti-classificações, Brasileira. Chama-se simplesmente CéU e como diz inteligentemente João Miguel Tavares na sua critica da revista Time Out Lisboa: (…) fez com que CÉU ao primeiro disco estivesse a produzir a música que Bebel Gilberto gostaria de fazer se fosse suficientemente boa. Eu diria apenas: A música que Bebel Gilberto gostaria de produzir um dia. Sem querer (des)construir a polémica frase, acrescentaria, que é tão ousada, quanto verdadeira.
Provavelmente para esta intérprete não existe o fazer por fazer, quando falamos, por exemplo, em recuperar um clássico de Bob Marley – “Concrete Jungle”. Ali percebemos que a aposta é alta mesmo. E sou mais insuspeito, quando nem sequer sou um grande amante da chamada beat music em fusão com Bossa Nova e batidas electrónicas. CÉU é diferente. Desculpem também esta ousadia, mas já sei que CéU se apresenta com o (é) minúsculo precedido e seguido de duas maiúsculas, mas aqui tem que ser pleno de toda a grandeza. Empíreo começo este. Quem não a ouvir, não merece estar vivo.
E agora desculpem, mas vou continuar no seu eloquente universo.
Por: Tiago Pereira da Silva
Ao Redol do teu Carvalho
Fazes-me sempre ver
Que quando te alcanço
Quase entendo o avanço
Do teu céu húmido ser.
Representas o que nem sabes.
De uma terna dignidade
Como amparo-paternidade,
Desse alguém sem herdades.
E quando volto ao lugar de Si
Volto ao Redol do teu Carvalho.
E aos muitos que, entre ti,
Ainda espreitam nesse orvalho.
Integras mais um irmão
Para nessa cultura unir
O templo desse chão
E a estátua-irmã-cinza, esculpir.
Xenofilia a tua língua
Dos teus deuses da criação.
O silêncio a tua mingua
Quando da fobia fazes a negação.
Incensurável começo esse
Desse hospício de enjeitados
É que os por ti rejeitados
Inflamam cegos como esse.
Adoptas a incestuosa fé,
Derrubas os montes exactos,
Prendes-te ao eterno pé
Da silva mãe desses matos.
Largas por fim esses gritos
No fumo de cada queimada,
E ao longo desta cruzada
Dançam palavras tuas nos livros.
Freixial, Tiago Pereira da Silva
Que quando te alcanço
Quase entendo o avanço
Do teu céu húmido ser.
Representas o que nem sabes.
De uma terna dignidade
Como amparo-paternidade,
Desse alguém sem herdades.
E quando volto ao lugar de Si
Volto ao Redol do teu Carvalho.
E aos muitos que, entre ti,
Ainda espreitam nesse orvalho.
Integras mais um irmão
Para nessa cultura unir
O templo desse chão
E a estátua-irmã-cinza, esculpir.
Xenofilia a tua língua
Dos teus deuses da criação.
O silêncio a tua mingua
Quando da fobia fazes a negação.
Incensurável começo esse
Desse hospício de enjeitados
É que os por ti rejeitados
Inflamam cegos como esse.
Adoptas a incestuosa fé,
Derrubas os montes exactos,
Prendes-te ao eterno pé
Da silva mãe desses matos.
Largas por fim esses gritos
No fumo de cada queimada,
E ao longo desta cruzada
Dançam palavras tuas nos livros.
Freixial, Tiago Pereira da Silva
domingo, 13 de julho de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
Young Americans
They pulled in just behind the bridge
He lays her down, he frowns
"Gee my life's a funny thing, am I still too young?"
He kissed her then and there
She took his ring, took his babies
It took him minutes, took her nowhere
Heaven knows, she'd have taken anything, but
CHORUS (SHE)
All night
She wants the young American
Young American, young American, she wants the young American
All right
She wants the young American
Scanning life through the picture window
She finds the slinky vagabond
He coughs as he passes her Ford Mustang, but
Heaven forbid, she'll take anything
But the freak, and his type, all for nothing
He misses a step and cuts his hand, but
Showing nothing, he swoops like a song
She cries "Where have all Papa's heroes gone?"
CHORUS (SHE)
All the way from Washington
Her bread-winner begs off the bathroom floor
"We live for just these twenty years
Do we have to die for the fifty more?"
CHORUS (HE)
All night
He wants the young American
Young American, young American, he wants the young American
All right
He wants the young American
Do you remember, your President Nixon?
Do you remember, the bills you have to pay
Or even yesterday?
Have you have been an un-American?
Just you and your idol singing falsetto 'bout
Leather, leather everywhere, and
Not a myth left from the ghetto
Well, well, well, would you carry a razor
In case, just in case of depression?
Sit on your hands on a bus of survivors
Blushing at all the afro-Sheilas
Ain't that close to love?
Well, ain't that poster love?
Well, it ain't that Barbie doll
Her heart's been broken just like you have
CHORUS (YOU)
All night
You want the young American
Young American, young American, you want the young American
All right
You want the young American
You ain't a pimp and you ain't a hustler
A pimp's got a Cadi and a lady got a Chrysler
Black's got respect, and white's got his soul train
Mama's got cramps, and look at your hands ache
(I heard the news today, oh boy)
I got a suite and you got defeat
Ain't there a man you can say no more?
And, ain't there a woman I can sock on the jaw?
And, ain't there a child I can hold without judging?
Ain't there a pen that will write before they die?
Ain't you proud that you've still got faces?
Ain't there one damn song that can make me
break down and cry?
CHORUS (I) (repeat 3 times)
All night
I want the young American
Young American, young American, I want the young American
All right
I want the young American
David Bowie
Outra letra que deveria ser ensinada nas escolas...
Para os mais atentos, mais uma referência de Bowie à lindissima "A day in life" de Lennon.
All the young dudes - Bowie Bowie Bowie
Now billy rapped all night bout his suicide
Kick it in the head when he was 25
All that speed jive
Dont wanna stay alive when youre 25
Lucys stealing clothes from unlocked cars
Freddys got zits from picking off the stars from his face
Funky little boat race
Oh the television man is crazy
Saying were juvenile delinquent wrecks
Oh man I need tv when I got t. rex
Brother you guessed
Im a dude yeah
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
Now jimmy looks sweet cause he dresses like a queen
But he can kick like a mule
Its a real mean team
We can love
Oh yes, we can love
Brothers back at home
With his beatles and his stones
We never got if off on that revolution stuff
It was such a drag
Too many snags
Well I drunk a lot of wine
And Im feeling fine
Gonna race some cat to bed
Is there concrete all around
Or is it in my head
Brother you guessed
Well Im a dude yeah
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
David Bowie
Sempre achei esta canção uma das mais "Beatleanas" de Bowie. Esta expressão, presumo não existir. Mas espelha bem a sua devoção ao quarteto de Liverpool. Sobretudo a sonoridade de Lennon nos Beatles. Esta letra está repleta de refências, até uma pequena alusão ao "Feeling Fine" de Lennon.
David Bowie foi um dos melhores escritores de canções pop (anglo-saxónicas) do século XX. E sobre isso não haverá muitas dúvidas.
Kick it in the head when he was 25
All that speed jive
Dont wanna stay alive when youre 25
Lucys stealing clothes from unlocked cars
Freddys got zits from picking off the stars from his face
Funky little boat race
Oh the television man is crazy
Saying were juvenile delinquent wrecks
Oh man I need tv when I got t. rex
Brother you guessed
Im a dude yeah
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
Now jimmy looks sweet cause he dresses like a queen
But he can kick like a mule
Its a real mean team
We can love
Oh yes, we can love
Brothers back at home
With his beatles and his stones
We never got if off on that revolution stuff
It was such a drag
Too many snags
Well I drunk a lot of wine
And Im feeling fine
Gonna race some cat to bed
Is there concrete all around
Or is it in my head
Brother you guessed
Well Im a dude yeah
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
All the young dudes
Carry the news
Boogaloo dudes
Carry the news
David Bowie
Sempre achei esta canção uma das mais "Beatleanas" de Bowie. Esta expressão, presumo não existir. Mas espelha bem a sua devoção ao quarteto de Liverpool. Sobretudo a sonoridade de Lennon nos Beatles. Esta letra está repleta de refências, até uma pequena alusão ao "Feeling Fine" de Lennon.
David Bowie foi um dos melhores escritores de canções pop (anglo-saxónicas) do século XX. E sobre isso não haverá muitas dúvidas.
domingo, 6 de julho de 2008
Poema Cego
Põe a dormir o simples
Aqui, uma lei natural persiste
Todos os sons, uma mais valia
No teu mundo cão que resiste
É escura essa dor!
E escura é também a minha,
Que não mede o singular
Desejo, de um ardor, terminar
Sofres com despretensiosismo
Assim te elevas na moral de tudo,
No estado purpuro da cor
E de toda a merda que for.
Neste mundo louco de cegos
Apresentas-te num outro nível.
Num claro estado d’ transe
Para alcançar o inaudível
E olho-te como se fosses - espelho
É que essa luz negra do medo,
Reflecte, a minha infâmia e cobardia.
Porque nunca me vês. Porque nunca é de dia.
Tuas mãos prolongam-se em poesia
Directa e forte, deliberada.
A que se dá de forma natural
Sob uma formula x - fraternal.
Esse é o prolongamento de teu corpo!
As mãos férteis dos mestres,
E vejo Paredes curvado
Sobre a sua guitarra de prestes,
Ou um Laginha de mãos de clave
Rola, rola, dócil, mil tons,
E de um pequeno sol de enclave
Que olha adiante e acena
Para um irmão de trono - Sassetti
Também eles, vendam, os olhos
Agitam “Meninas e Pianos”
E aconchegam teu espírito, por anos.
Rodrigo Camelo
Aqui, uma lei natural persiste
Todos os sons, uma mais valia
No teu mundo cão que resiste
É escura essa dor!
E escura é também a minha,
Que não mede o singular
Desejo, de um ardor, terminar
Sofres com despretensiosismo
Assim te elevas na moral de tudo,
No estado purpuro da cor
E de toda a merda que for.
Neste mundo louco de cegos
Apresentas-te num outro nível.
Num claro estado d’ transe
Para alcançar o inaudível
E olho-te como se fosses - espelho
É que essa luz negra do medo,
Reflecte, a minha infâmia e cobardia.
Porque nunca me vês. Porque nunca é de dia.
Tuas mãos prolongam-se em poesia
Directa e forte, deliberada.
A que se dá de forma natural
Sob uma formula x - fraternal.
Esse é o prolongamento de teu corpo!
As mãos férteis dos mestres,
E vejo Paredes curvado
Sobre a sua guitarra de prestes,
Ou um Laginha de mãos de clave
Rola, rola, dócil, mil tons,
E de um pequeno sol de enclave
Que olha adiante e acena
Para um irmão de trono - Sassetti
Também eles, vendam, os olhos
Agitam “Meninas e Pianos”
E aconchegam teu espírito, por anos.
Rodrigo Camelo
Carta a Francisco Buarque de Hollanda
Nesse caldeirão
De porção mágica
Mergulhou – Chico
Ainda menino
Reinventou tudo…
Palavras emprestadas
De seu Tio.
Porque desse poço
Bebeu ele um dia…
Recebendo o poder
Da insígnia indefinidamente.
Aurélio, vê-te nele,
Obélix!
Como um Druida Panoramix!
Vamos dar a todos
De beber um dia.
A ti meu povo,
O do último grau
Do abandono.
Que vives ao sul
E ao relento…
Porque esse hemisfério
Do norte, que
Por cima - cospe,
E despreza o esterco
Em que te lavas,
Sabe da denúncia
E intenção.
Dessas raízes submersas,
Que um pai te
Levou a cantar –
Esses seres alienados
Que choram com
A fímbria da morte
A preparar.
Precisamos todos
Que ele nos cante…
Precisamos todos
De um dia fixo
Para te tornar,
Meu povo,
Um amparo - Ideafix.
Rodrigo Camelo
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Do alto dos teus Sobrados
Teu solo-irmão de terra suja
Da bem velha São Salvador
Baía de todas as fontes,
Entranha-se toda em mim.
Ó ser lusitano
Tão indiferente esse teu mundo,
Aos que de ti fizeram a musa prisioneira…
Transbordas de compaixão
Pelas imensas praças
De cores ligeiras e miseráveis,
De tantos azuis e tantos brancos,
De um imenso reino amarelo-claro.
Os teus tupis-iorubás trazem-nos
Tudo à memória…
De uma África-Brasil, Ben Jor.
Dessas imensas africas
Angola, Congo, Benguela
Prontas para ver,
Zumbi chegar.
Contigo estou irmão…
Diante das grandes
Colunas de Pedra,
Dos turísticos pelouros
De uma efervescência cultural
Banalizada ao ritmo dos que pagam
Onde outrora rolou o sangue
De meus irmãos escravos,
Uma eterna sujeira de mãos claras
Que não esqueces, nessa piedosa essência.
Os capitães e jubiabás da eterna infância
Por ti esperaram adormecidos,
Bem como
A tua natureza privada,
A tua mistura grotesca,
A sensual fusão de Alegria e Sexo
Por tua beleza pura, que de tão suja,
Se vê clara.
Ao teor da mãe menininha,
Acrescentas ao teu grei
O mistério e a luz.
Enriqueceste o teu povo sedento
Nas denuncias vermelhas
Do teu mais que Amado rebento
Searas mil e
Ásperos os tempos,
Dos nossos imperadores, mas,
Dos teus templos: A perpetua verdade.
Salvador da Baía
Rodrigo Camelo
Fantasia Apurada
Não me prometeste o destino
Apuras-me a poesia,
E estudo-te, como se de fantasia tratasse,
Que brilho é esse de Gávea?
Ou de elemento neutro de pátria.
Zélia és tu, e eu devasso-te
E sinto a tua sede
Corre louca pelo ar
Que me procura,
Que me procura.
Come meu tronco
E ramos da minha existência,
Come tudo em mim!
Até ficares saciada.
Pára de fingir
Alimenta-te simplesmente…
Não desperdices essa vontade.
Aprende-te, e convoca todos
Os teus sentidos
Até os que ainda, não chegaram.
Nesse mediterrâneo te encontro,
A tua cabeça dança ao acaso
A sorte vem dessa força
A que chamamos vontade.
Não desistas de tentar ser,
Só eu te descubro de facto
Porque estou, deveras, programado
Para fazer do novo o acaso.
Rouba todo o meu fluido
Toma-o como teu
Confunde-o com o teu transpirar
Mergulha toda em ti… Iara,
Suplica pelo meu respirar.
Eu atinjo tudo
E subo alto,
Bem alto onde,
Não enxergo mais teu olhar,
De deusa boto amazónica.
Quero por ti esperar,
Para enfim colidir nas lonas.
Escorre todo o teu líquido
Na minha boca sedenta
Que de ti precisa
E que espera e espera,
Mas improvisa.
Rodrigo Camelo
Apuras-me a poesia,
E estudo-te, como se de fantasia tratasse,
Que brilho é esse de Gávea?
Ou de elemento neutro de pátria.
Zélia és tu, e eu devasso-te
E sinto a tua sede
Corre louca pelo ar
Que me procura,
Que me procura.
Come meu tronco
E ramos da minha existência,
Come tudo em mim!
Até ficares saciada.
Pára de fingir
Alimenta-te simplesmente…
Não desperdices essa vontade.
Aprende-te, e convoca todos
Os teus sentidos
Até os que ainda, não chegaram.
Nesse mediterrâneo te encontro,
A tua cabeça dança ao acaso
A sorte vem dessa força
A que chamamos vontade.
Não desistas de tentar ser,
Só eu te descubro de facto
Porque estou, deveras, programado
Para fazer do novo o acaso.
Rouba todo o meu fluido
Toma-o como teu
Confunde-o com o teu transpirar
Mergulha toda em ti… Iara,
Suplica pelo meu respirar.
Eu atinjo tudo
E subo alto,
Bem alto onde,
Não enxergo mais teu olhar,
De deusa boto amazónica.
Quero por ti esperar,
Para enfim colidir nas lonas.
Escorre todo o teu líquido
Na minha boca sedenta
Que de ti precisa
E que espera e espera,
Mas improvisa.
Rodrigo Camelo
O homem velho (II Parte)
Quando fores convidado a ouvir a história
E entenderes dos teus dois mil e um – perdão!
Criaste a cena-circo e mataste o menino ser…
Que alimentavas de quando a quando,
Com um pouquinho da tua vontade.
Quando surgiste iniciaste, em mim, o engenho
Com arte, não te limitaste a ligar a alma,
Mas a tece-la, peça por peça.
A destruir pareces fascinado!
Iluminado que estavas da tua razão
Mas esse fundamento matou-te
Sempre um pouco,
Porque te impede de veres os outros,
Que como tu… são feitos
De efeitos que são,
De defeitos…Perdão!
Morreste um pouco eu sei
Porque sou filho da tua magia,
Da que guardaste pacientemente.
Queimaste e torturaste até ficar saciado,
Derramaste todo o álcool no meu pranto,
Enxugas mágoas,
De um passado nunca perdido,
Mas nunca encontrado.
És convidado a ler…
E eu, a ouvir perdão!•
Rodrigo Camelo
E entenderes dos teus dois mil e um – perdão!
Criaste a cena-circo e mataste o menino ser…
Que alimentavas de quando a quando,
Com um pouquinho da tua vontade.
Quando surgiste iniciaste, em mim, o engenho
Com arte, não te limitaste a ligar a alma,
Mas a tece-la, peça por peça.
A destruir pareces fascinado!
Iluminado que estavas da tua razão
Mas esse fundamento matou-te
Sempre um pouco,
Porque te impede de veres os outros,
Que como tu… são feitos
De efeitos que são,
De defeitos…Perdão!
Morreste um pouco eu sei
Porque sou filho da tua magia,
Da que guardaste pacientemente.
Queimaste e torturaste até ficar saciado,
Derramaste todo o álcool no meu pranto,
Enxugas mágoas,
De um passado nunca perdido,
Mas nunca encontrado.
És convidado a ler…
E eu, a ouvir perdão!•
Rodrigo Camelo
Bolero da minha infância
Arranca de Bolero em Bolero,
Tudo o que para trás ficou.
Desprende-te da continuidade de Ravel e
Percebe que a confusão é, também ela, clara.
Como a água que destila deste corpo suado
Que afoga cada poro e a cada pólo.
Alavanca em alavanca, começas a desbravar caminho
Para o universo ao teu redor.
Com a impetuosidade de uma vida
Tentas abranger em ti
A cada braço, a cada gesto
O que está noutro plano
O que está above you
O que ainda não consegues enxergar.
Vês-te num labirinto de espelhos
Em que te encontras cerrado.
E neste eco de imagens
Vasas de uma dor dilatante.
A orquestra é inteiramente tua
Replicas-te em mil e uma vozes
Em cem mil corpos e questões.
Apêndices tornam o teu imaginário razão
A razão, do teu inteiro ser.
Fechas, por fim, a cópula.
De pétala em pétala e
Não permites mais que do teu mundo
Ouçamos essa voz transcendental.
Rodrigo Camelo
Roberta Flack - Angelitos Negros
Pintor nacido en mi tierra
Con el pincel extranjero
Pintor que sigues el rumbo
De tantos pintores viejos
Aunque la virgen sea blanca
Píntale angelitos negros
Que también se van al cielo
Todos los negritos buenos
Pintor si pintas con amor
Por qué desprecias su color?
Si sabes que en el cielo
También los quiere Dios
Pintor de santos alcoba
Si tienes alma en el cuerpo
Por qué al pintar en tus cuadros
Te olvidaste de los negros
Siempre que pintas iglesias
Pintas angelitos bellos
Pero nunca te acordaste
De pintar un ángel negro
Já agora, importa ouvir também a versão que Cat Power fez nas sessões de Jukebox
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