domingo, 28 de setembro de 2008
Grandes Águas (1542)
Estava prestes a saltar!
E tu,
A fazer o mesmo…
Reuniste todos os pássaros,
Duas, sete ou cinco – quedas!
E enfeitiçaste-me
Em mil léguas.
Eu sou Nuñez,
O Alvar, que te vê
Virgem e
Jura amar.
Adoptámos teus filhos
Em verde lar.
Nesse eterno breu,
De um rio mar.
Rio - meu,
Desci em tuas termas
De um Paranaense
Azul sem bermas.
E Ennioiço…
A música circula
Sempre pelo ar
Vem dessa falha
Que a geologia sobe isolar.
Ao rubro dos tambores
Guaranis suave,
Celebramos a união
Da eterna ave.
Pareces desconfiar
De meu sangue.
Que da miséria diária
Fez de um vulgo, mangue.
Arquitecto da vida,
Que me deste a provar
Da garganta de um
Diabo a degolar.
Grandes águas
De um perturbar,
Vens do ventre mãe
Desse Iguazú - olhar.
Um recipiente chega.
Cinco Contornos, vezes,
Quatro líquidos e
Dois meses.
Duas mil partes
De mim,
Caminham em ti
Todas as noites.
As outras quatro,
Asseguram voltar.
Rodrigo Camelo
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