quinta-feira, 13 de setembro de 2007

De todas as cores...


Diz-me por favor,
Porque é que meu mundo é azul?
Porque foste um difícil começo a fácil!
E agora não se desfaz meu pranto.
O outro, com as mãos na janela,
Conta-me as histórias que hão de vir.
Esses cães vêm da porta,
Do quarto, onde guia fui de dia.

Essa mulher trouxe a angústia,
Chegou ela preguiçosa,
Mas em saldo,
Com as mãos cheias de terra
E de toda a matéria.
A água que sai de meu corpo,
Já não reconhece a origem,
Canalizo as fontes do meu lamento,
E vago com os retirantes,
Quero me longe.
Mais perto do que fui um dia.
Ensina-me esse caminho!
De todas as raízes do mundo,
Que abraçam os desapropriados,
Os bestializados,
De cor negra, vermelha e amarela,
Como essa minha pele que engana,

Planta-me a essa terra,
De cor púrpura, simplesmente.
Torna-me verde no desejo,
De encontrar tudo outra vez.
A terra, o ar, o fogo…
Que a poesia, vive cá dentro.

Tiago Pereira da Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

ficou-me enterrado na pele...