As rochas juram!
Que só é homem, quem um dia vê,
Cidades Cabo, desse sul imenso...
Dessa África esquecida.
Do lugar sagrado,
Ele obedeceu.
Bem do alto da sua oralidade,
Ao projecto que o abraçou.
Sempre mítico, devo acrescentar!
Ele não é horror,
Mas também não é grão, no chão
Do vasto areal de faina.
Ele não votou, nem foi achado,
Foi escolhido…
Da dor, vem o canto dos negros,
Numa África sofrida e mergulhada,
No vazio dos não homens,
No deserto sem memória.
Terra da inteira música
E eu sei, que há cá dentro,
Dessa substância consagrada.
Nem importa quem plantou!
Importa só, ser encontrada.
Meu velho negro de brancas barbas,
O teu viver não foi em vão,
Porque estéril é a raiz do medo,
Dos que contra ti lutam.
Não desarticules palavras.
Nem tropeces nesse chão plano.
Bebe, comigo, dessa pátria,
Nademos dois oceanos
E renasçamos noutra Terra.
Em que as Africas são caminho,
Os negros, os ninhos
De todos os pássaros irmãos.
A cada gota derramada,
Desse sangue, dessas lágrimas,
Nasceu a música abençoada.
De um Deus ser, de plena bruma.
Tiago Pereira da Silva
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
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