terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Antena da Raça !


(...) De provocação em provocação, sob vaias e aplausos consagradores, Caetano parecia fadado a uma glória que a ditadura militar, incomodada com o seu jeito de ser, cantar e vestir-se, pretendeu aniquilar, mas apenas interrompeu por dois anos. Preso com Gil, em 1969, e depois exilados em Londres, nada foi capaz de baixar a crista de Caetano, de domar a sua rebeldia. Antena de raça, receptor e transmissor dos sentimentos que vão na alma do povo - é isto que todo o poeta, segundo Ezra Pound, é ou deveria ser, e Caetano sempre procurou ser. Com ou sem música. A língua portuguesa tem poucos poetas de sua estatura e o quotidiano brasileiro, raros observadores tão agudos, intuitivos e desconcertantes como ele.
Quanto ao cantor, até João Gilberto já deve, um dia, ter pensado com os seus botões:
"Agora o melhor é ele"


Sérgio Augusto, jornalista, critico de cinema e autor do livro Este Mundo é um Pandeiro - A Chanchada de Getúlio a JK.
"Caetano é o mais original compositor-criador musical de nossa geração e essa originalidade reside no tratamento elegante e delicado que dá a sua inequívoca ousadia poética"
Gilberto Gil

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