terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Uma questão de beleza?


Diamante de Sangue Vs DiCaprio

Parafraseando o espanhol Jordi Costa, para mim “as películas de Edward Zwick são o equivalente cinematográfico da chamada literatura de Aeroporto”. Devo agora acrescentar que esta tem, no seu mais fiel seguidor, o famoso autor do Código Da Vinci – exactamente Dan Brown. Mas voltando ao filme, basta duas dúzias de minutos para se perceber por onde seguirá o filme e o que é que poderemos esperar dele.
Confesso que uma das razões que me levou a ir ver o filme foi a de ter visto, não sei quantas vezes escrito, que Leonardo DiCaprio tinha um papel arrebatador, “o” papel da sua curta carreira. De adicionar também que, não se trata de uma implicância com DiCaprio, pelo contrário, continuo a achar que é mais do que uma cara bonita, e sou até bastante crítico daqueles que têm a mania de que essa mesma cara bonita não pode ser ao mesmo tempo um “mestre” na arte da representação. A história do cinema norte-americano está repleto de exemplos flagrantes desses, ou não fosse a maior referência de todas Marlon Brando que como se sabe, dilacerava a respiração das mulheres sobretudo nos anos 40 e 50, este notabilizou-se por sua rebeldia e paixão pelo método Stanilavski
. Poderíamos invocar os amigo-rivais Paul Newman e Robert Redford, ou até mais recentemente o camaleónico Johnny Depp. Portanto não se trata aqui dos “looks” de Leo, mas sim do que ele ainda não consegue fazer, ao contrário dos anteriormente citados para não ser de facto DiCaprio a que nos habituámos no cinema. Relembro até o esforço considerável de Brad Pitt para deixar de ser uma celebridade em Babel e tornar-se num homem comum. Aqui levanta-se outra questão, a importância da Direcção de Actores no cinema norte-americano. Agora, sejamos realistas! Não me parece que um tal de Martin Scorcese, não seja um monumental mestre na sempre complicada tarefa de dirigir um actor ao que pretende. E invoco Scorcese não só pela profunda admiração que sinto, como oportunamente verificamos que é o realizador que amadureceu Dicaprio. Aliás acho que este vai bem melhor em The Departed do que no filme que alimenta esta critica (...)
Sem querer teorizar, resta-me dizer que Djimon Hounsou faz aquilo que talvez ainda não esteja ao alcance de DiCapriotalvez seja mais oportuno afirmar, se Leo não me levar a mal... By, By Óscar!


Por: Tiago Pereira da Silva

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