Constantemente…
Ouvimos constantemente música. Estamos constantemente a ser bombardeados de sons, barulho,ruídos, música de elevador, música nos ginásios, átrios de hotel, etc. Lembro-me de ouvir, numa entrevista, a brasileira Adriana Calcanhotto dizer a Ana Sousa Dias que: “Temos música a mais no planeta, existe um excesso de música, em todos os sítios por onde passamos hoje”. Não só partilho da mesma opinião como acrescentaria que:
É essa canseira musical que não nos permite, muitas vezes, prestar atenção naquilo que é devido, ou que pelo menos, seria.
O meu primeiro contacto com a música de Cassandra Wilson deu-se em 1999, aquando de um daqueles insistentes zappings pela Tv. Foi então que sintonizando o canal Mezzo, reconhecido canal francês pelo seu mérito musical, apercebi-me da força negra de uma cantora americana com um dos mais belos perfis de mulher que alguma vez tinha visto. Ao mesmo tempo que o deslumbramento ia se multiplicando em mim, essa tal cantora parecia aperceber-se disso e reticente ria-se para mim. Depois começou a enxergar a construção natural de um novo projecto musical em minha pessoa. Como ouvi alguém dizer um dia: “Ela só me surpreendeu uma vez, quando a conheci e a ouvi cantar. Foi uma surpresa tão grande e tão profunda que ainda hoje vivo sobre o seu impacto”.
O Homem precisa de arte porque tem alma, foi o que me ocorreu intuitivamente. A voz baixo desta cantora do Mississipi teve um impacto tão forte, que só descansei quando comecei a procurar por toda a feira da ladra discos desta mulher… a tal do perfil inesquecível. Bom,então a escolha recaiu sobre o seu disco de homenagem a Miles Davis – o soberbo “Travelling Miles” com um duplo sentido. Ficamos automaticamente rendidos com o tema de abertura “Run the voodoo Down”, talvez o mais jazzistico álbum de Cassandra Wilson”.
Concebido inicialmente como um meio de experimentar outros universos musicais, a cantora maravilha-nos com o disco “Belly of the Sun”. Cada faixa de abertura de um disco de Cassandra parece determinar a sua nova intenção musical “The Weight” dos The Band fica a contemplação do que significa para os músicos a palavra – arranjo. O bem-aventurado “You gotta move” revelam uma cantora muito bem aconchegada num registo Blues. “Waters of March” de Tom Jobim e “Only a dream in Rio” canção de James Taylor de tributo à musica brasileira, fazem a cantora reencontrar a Bossa Nova, imprimindo-lhe um sofrimento mais típico do Blues e a sofisticação nítida do Jazz embebida no universo da Country, da musica norte-americana, uma das suas maiores paixões e importante fonte de inspiração musical.
No outro dia, ouvindo Pedro Almodôvar dizer que considerava Bebel Gilberto a sua cantora preferida da actualidade, pus-me a pensar se esta seria merecedora de tamanha honra e distinção por parte do realizador espanhol. Mas o que é que isso interessa…não é de todo importante. Para mim uma representa um pequeno rio e a outra um imenso oceano musical. Não que sejam geracionais, ou mesmo comparáveis. Fui buscar isto para dizer que Cassandra Wilson, para mim, representa a força musical de todo aquele continente chamado América. Ela reúne todos aqueles sons em sua música, desde o norte (Blues, Country, Jazz, Soul, Rock and Roll) ao Central Reggae e a Bossa Nova do Sul. Não há nada para ela que não posso ser reinventado. Nada que lhe pareça estar oculto numa canção e que arranja sempre forma de ser revelado.
O meu primeiro contacto com a música de Cassandra Wilson deu-se em 1999, aquando de um daqueles insistentes zappings pela Tv. Foi então que sintonizando o canal Mezzo, reconhecido canal francês pelo seu mérito musical, apercebi-me da força negra de uma cantora americana com um dos mais belos perfis de mulher que alguma vez tinha visto. Ao mesmo tempo que o deslumbramento ia se multiplicando em mim, essa tal cantora parecia aperceber-se disso e reticente ria-se para mim. Depois começou a enxergar a construção natural de um novo projecto musical em minha pessoa. Como ouvi alguém dizer um dia: “Ela só me surpreendeu uma vez, quando a conheci e a ouvi cantar. Foi uma surpresa tão grande e tão profunda que ainda hoje vivo sobre o seu impacto”.
O Homem precisa de arte porque tem alma, foi o que me ocorreu intuitivamente. A voz baixo desta cantora do Mississipi teve um impacto tão forte, que só descansei quando comecei a procurar por toda a feira da ladra discos desta mulher… a tal do perfil inesquecível. Bom,então a escolha recaiu sobre o seu disco de homenagem a Miles Davis – o soberbo “Travelling Miles” com um duplo sentido. Ficamos automaticamente rendidos com o tema de abertura “Run the voodoo Down”, talvez o mais jazzistico álbum de Cassandra Wilson”.
Concebido inicialmente como um meio de experimentar outros universos musicais, a cantora maravilha-nos com o disco “Belly of the Sun”. Cada faixa de abertura de um disco de Cassandra parece determinar a sua nova intenção musical “The Weight” dos The Band fica a contemplação do que significa para os músicos a palavra – arranjo. O bem-aventurado “You gotta move” revelam uma cantora muito bem aconchegada num registo Blues. “Waters of March” de Tom Jobim e “Only a dream in Rio” canção de James Taylor de tributo à musica brasileira, fazem a cantora reencontrar a Bossa Nova, imprimindo-lhe um sofrimento mais típico do Blues e a sofisticação nítida do Jazz embebida no universo da Country, da musica norte-americana, uma das suas maiores paixões e importante fonte de inspiração musical.
No outro dia, ouvindo Pedro Almodôvar dizer que considerava Bebel Gilberto a sua cantora preferida da actualidade, pus-me a pensar se esta seria merecedora de tamanha honra e distinção por parte do realizador espanhol. Mas o que é que isso interessa…não é de todo importante. Para mim uma representa um pequeno rio e a outra um imenso oceano musical. Não que sejam geracionais, ou mesmo comparáveis. Fui buscar isto para dizer que Cassandra Wilson, para mim, representa a força musical de todo aquele continente chamado América. Ela reúne todos aqueles sons em sua música, desde o norte (Blues, Country, Jazz, Soul, Rock and Roll) ao Central Reggae e a Bossa Nova do Sul. Não há nada para ela que não posso ser reinventado. Nada que lhe pareça estar oculto numa canção e que arranja sempre forma de ser revelado.
PS – Concerto: Cassandra Wilson in Jazz Vitoria Festival (2005) – Espanha.
Momento: “I once to be loved” para Mudy Waters em que o guitarrista Marvin Sewell ligado a um amplificador Vox saca o verdadeiro som de um slide guitar (bottleneck)
Por: Tiago Pereira da Silva
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