Unfaithful: Por Tiago Pereira da Silva
Discretamente pretendo deixar o meu comentário, não ao filme Unfaithful (Infiel), mas sim, aos escassos 4 ou 5 minutos de umas das mais arrebatadoras cenas que vi, de uma interpretação feminina no cinema norte-americano nos últimos tempos. Para quem como eu já viu o filme estará, naturalmente, a pensar na breve, mas (permitam-me) extraordinária sequência do comboio, protagonizada pela actriz Diane Lane. Uma espécie de Jessica Lange da sua geração. Aliás sustento aqui a tese de que o filme não está minimamente à sua altura. A cena é animada de um erotismo Kubrikiano, não tanto pela força das suas inevitáveis reflexões, mas pela carga visual e emocional que acarreta. Como imagens em movimento que surgem de textos de Henry Miller.
O som que invade o espectador é um misto da música que parece extraída das emoções da personagem central (Diane Lane - “vitima” do jogo de sedução do francês Oliver Martinez), como também dos sons naturais dos carris do comboio, que assim sustentam a iminência do flashback, ou, da recordação por parte da personagem, do adultério consumado.
Diane Lane é simplesmente brilhante no recurso aos, sempre complicados, maneirismos, não pecando nem pelo, tantas vezes previsivel, exagero. Com toda a carga emocional presa no seu olhar, Diane transmite-nos a ideia simples (mas terrivelmente difícil) de que o seu corpo, nunca antes havia sido descoberto. A sua personagem comunica-nos, por gestos, tremores, desconforto e risos, que o seu mundo ainda tem outro no seu interior. O recurso aos grandes planos e zooms da sua mão esquerda enviam o espectador para o simbolismo da fidelidade, através do objecto aliança. Que aliás passa quase despercebido, mérito brutal de sua intérprete, se reconhecermos que o seu uso abusivo “estragaria” a cena.
Só é lamentável não reconecerem Diane Lane como uma das melhores actrizes do seu tempo.
Discretamente pretendo deixar o meu comentário, não ao filme Unfaithful (Infiel), mas sim, aos escassos 4 ou 5 minutos de umas das mais arrebatadoras cenas que vi, de uma interpretação feminina no cinema norte-americano nos últimos tempos. Para quem como eu já viu o filme estará, naturalmente, a pensar na breve, mas (permitam-me) extraordinária sequência do comboio, protagonizada pela actriz Diane Lane. Uma espécie de Jessica Lange da sua geração. Aliás sustento aqui a tese de que o filme não está minimamente à sua altura. A cena é animada de um erotismo Kubrikiano, não tanto pela força das suas inevitáveis reflexões, mas pela carga visual e emocional que acarreta. Como imagens em movimento que surgem de textos de Henry Miller.
O som que invade o espectador é um misto da música que parece extraída das emoções da personagem central (Diane Lane - “vitima” do jogo de sedução do francês Oliver Martinez), como também dos sons naturais dos carris do comboio, que assim sustentam a iminência do flashback, ou, da recordação por parte da personagem, do adultério consumado.
Diane Lane é simplesmente brilhante no recurso aos, sempre complicados, maneirismos, não pecando nem pelo, tantas vezes previsivel, exagero. Com toda a carga emocional presa no seu olhar, Diane transmite-nos a ideia simples (mas terrivelmente difícil) de que o seu corpo, nunca antes havia sido descoberto. A sua personagem comunica-nos, por gestos, tremores, desconforto e risos, que o seu mundo ainda tem outro no seu interior. O recurso aos grandes planos e zooms da sua mão esquerda enviam o espectador para o simbolismo da fidelidade, através do objecto aliança. Que aliás passa quase despercebido, mérito brutal de sua intérprete, se reconhecermos que o seu uso abusivo “estragaria” a cena.
Só é lamentável não reconecerem Diane Lane como uma das melhores actrizes do seu tempo.
2 comentários:
Engraçado, até agora não entendia o porquê de eu ter gostado desse filme, mas sempre me vinham cenas dele na cabeça. talvez seja justamente isso.
belo texto, tiga!
bjo
Sim, provavelmente por isso e
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